2009-06-27

Cartas distribuídas na Fisl 10 dizem que "Lula é nerd"

"A organização do 10º Fórum Internacional Software Livre (Fisl) fez cartas com uma fotografia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segurando o Tux - pinguim símbolo do Linux - e distibuiu para os participantes do evento para que eles utilizassem o material para pedir autógrafo a Lula. Uma das montagens tinha do dizer: Lula é Nerd.

De acordo com os organizadores, o presidente, que foi à Fisl na tarde desta sexta-feira, recebeu o material e adorou, principalmente a versão do "nerd", uma alusão ao público do fórum. "Ele achou genial. Ele achou lindo o 'Lula é nerd'", disse Mario Teza, da comissão organizadora da Fisl 10 e gerente regional da Dataprev (Empresa de Processamento de Dados da Previdência) do Rio Grande do Sul.

A idéia das cartas foi de Aurélio Heckert, que trabalha em uma cooperativa que desenvolve softwares livres, na Bahia, e faz parte da comissão organizadora." (Fonte:Terra)

Lula participa do Fórum Internacional de Software Livre

"Durante o fórum, Lula e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fizeram um balanço dos investimentos federais nas áreas de implantação de software livre e programas de inclusão digital em órgãos públicos e em programas para a sociedade.

"Podem ficar certos que neste governo é proibido proibir. O que nós fazemos é discutir. Os empresários sabem que nós discutimos sem rancor e sem mágoa", disse o presidente, ao defender a liberalização do software, acrescentando que o governo calcula uma economia de R$ 370 milhões com a implantação do software livre desde o início do governo Lula, em 2003." (Fonte:G1)


"O presidente ouviu no fórum críticas ao projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que trata de crimes eletrônicos. Os críticos defendem que o governo vete o projeto por entender que ele fere a privacidade do usuários da Internet ao prever sua identificação.

"Essa lei não visa corrigir abusos na Internet. Na verdade, quer fazer censura. Precisamos responsabilizar as pessoas, mas não proibir ou condenar", reagiu Lula, que disse ver interesse policialesco no projeto." (Fonte: Globo)

2009-06-26

Portable Apps

Um programa "portátil" ("portable app" em inglês) é um programa que você pode carregar em um dispositivo portátil e usar em qualquer PC.

Quando você conecta seu dispositivo portátil (drive USB, HD portátil, iPod, etc) ao computador, você tem acesso a todos os seus programas e documentos, sem necessidade de instalacão. E quando você o desconecta, nenhum programa ou dado pessoal fica para trás. É simples assim.

Com as Portable Apps, você pode ter sempre à mão:

- seu browser com todos os seus bookmarks favoritos
- seu cliente de email com todos os contatos e configuracoes
- seu antivirus e outros aplicativos
- seu pacote de Office com todos seus documentos e apresentacões

Saiba mais no site do PortableApps.com.

No Senado não há inocentes

Excelente análise de Lucia Hippolito:

"Por cumplicidade, conivência, omissão ou mesmo descaso, todos o senadores e senadoras estão envolvidos na lama que escorre por todos os poros do Senado Federal.

Durante décadas, receberam as benesses sem saber de onde vinham. Durante décadas utilizaram dinheiro público indevidamente, sem se preocupar com as razões.

Claro que há diferenças. Não se pode reunir no mesmo saco senadores que apenas não se preocuparam em saber se um ato assinado por eles tinha sido ou não publicado, junto com aqueles que privatizaram o Senado Federal para seus próprios interesses e de suas famílias. (veja abaixo a lista dos 37 senadores beneficiados e dos membros da mesa que assinaram atos secretos)

O que suas Excelências parecem resistir a compreender é que os tempos são outros. (...)

Hoje não há mais necessidade de esperar oito anos para julgar o desempenho de um senador. São julgados minuto a minuto. A TV Senado, os emails, os blogs, o twitter, as notícias em tempo real, tudo isto transformou o eleitor, sobretudo o mais jovem e mais antenado, num juiz do comportamento de seus representantes.

Senadores com empregados particulares pagos com recursos públicos através do orçamento do Senado. Senadores com familiares empregados com recursos públicos através do orçamento do Senado.

Senadores se apropriando de verbas indenizatórias através de atos secretos.

Planos de saúde para ex-senadores e familiares garantidos por atos secretos.

É um sem-fim de irregularidades.

Não se pode responsabilizar apenas os agora ex-diretores. Os senadores também são responsáveis.

Em tempo: ano que vem tem eleição. Dos 81 senadores, 54 terão que se apresentar aos eleitores para renovar o mandato.

E o mandato de senador é distrital. Ninguém pode se beneficiar de sobras eleitorais, quocientes elevados ou puxadores de legenda.

Estão todos ameaçados. Vamos ver no que dá." (Fonte:Blog da Lucia Hippolito)

2009-06-16

Stephen Kanitz: blog da Petrobras gerou pânico na imprensa

Excelente análise de Stephen Kanitz, agora que a poeira comeca a assentar:

"O blog da Petrobras gerou pânico na imprensa escrita e na TV. Vários editoriais foram escritos sobre o assunto, em sua maioria atacando a Petrobras.

A ficha caiu.

Empresas descobriram que precisam se comunicar rapidamente com seu público em momentos de crise, como o da crise de 2008. (...)

No caso da Petrobras, a celeuma fica então restrita a dois pontos.

1. Pode a Petrobras "furar" a Folha de São Paulo, publicando as "perguntas" formuladas pela Folha, com as devidas respostas?
A Folha mandou email com perguntas específicas, e a Petrobras as respondeu mas as colocou imediatamente no blog. (em parte para assegurar que a Folha publicasse exatamente o que enviaram, o que nem sempre acontece).

A questão portanto é se existem direitos autorais sobre perguntas? A rigor, sim.

Por outro lado, no caso da Petrobras, as perguntas estavam no ar. Eram previsíveis. Sempre são. No caso de um crime, existem direitos autorais para a pergunta "onde o sr. estava no dia do crime? "?

A outra questão é se o Blog da Petrobras, ou de qualquer empresa, será mais ou menos fiel do que o relato de um jornalista?

Normalmente se imagina que não, que empresas serão menos fieis aos fatos.

Mas quem disse que é do interesse da Petrobras, ou qualquer empresa, mentir? (...)

O que não se aplica para a imprensa, com seu o viés conhecido, sua ânsia de ver sangue e vender jornal." (Fonte: Stephen Kanitz)

O Senado é deles!

"O mais recente escândalo a abalar o Legislativo e a minar a confiança dos cidadãos nas instituições chega na forma de cerca de 500 documentos sigilosos, encontrados por uma auditoria interna do Senado.

Tais documentos sigilosos dizem respeito a nomeações, exonerações, pagamentos de horas extras, pagamentos de planos de saúde odontológicos e clínicos para familiares de ex-parlamentares, entre outras aberrações inadmissíveis num estado democrático de direito.

Esta patologia aponta para duas doenças distintas, mas que se intercomunicam.

Primeiro, para a privatização dos espaços públicos. Tomemos o caso do senador José Sarney, presidente do Senado, por exemplo. O nobre parlamentar não reparou que mensalmente eram depositados em sua conta bancária R$ 3.800,00 de auxílio-moradia – embora o senador resida em uma bela casa em Brasília e tenha à sua disposição a residência oficial da Presidência do Senado.

O nobre senador também não sabia que sua especialista em campanhas, Elga Mara Teixeira Lopes, era, nas horas vagas, diretora do Senado Federal. Confrontado com os fatos, exonerou a especialista e a contratou como assessora pessoal.

Ainda, requisitou seguranças do Senado para fazer segurança privada em suas propriedades em São Luís. Embora o nobre parlamentar tenha sido eleito... pelo Amapá. (...)

A segunda doença apontada por esta patologia dos documentos secretos é a auto-suficiência da burocracia.

Um dos poderes da República é dirigido por burocratas arrogantes, que se julgam no direito de emitir documentos sigilosos, promovendo uns, exonerando outros, pagando horas extras inexistentes.

Tudo isto sem a necessária transparência nem a necessária publicidade que devem obrigatoriamente presidir os atos da administração pública.

E que não se diga que são pequenas transgressões. Estamos falando de um orçamento anual de DOIS BILHÕES DE REAIS!! (...)

Se existem documentos sigilosos datados de dez anos atrás, isto é, 1999, vamos lá. Os responsáveis por mais este capitulo de privatização de um espaço público e de desprezo pelo estado democrático de direito são os presidentes do Senado nesse período: Antonio Carlos Magalhães (2000-2001); Jader Barbalho (2001); Edson Lobão (2001); Ramez Tebet (2001-2003); José Sarney (2003-2005); Renan Calheiros (2005-2007); Tião Vianna (2007); Garibaldi Alves (2007-2009) e José Sarney (2009-...)

(Como se vê, é um desprezo suprapartidário.)

Até quando a sociedade brasileira vai continuar de cabeça baixa?" (Fonte: Lucia Hippolito)

2009-06-14

O raiar da nossa obsolescência

"Já contei que fui cobrir minha primeira Copa do Mundo em 1986, no México. Aquela em que a França nos eliminou nos pênaltis. (...)

Lembro como tínhamos inveja dos jornalistas europeus e americanos, que já então usavam lap-tops, ou coisa parecida, enquanto nós estávamos condenados a perfurar fitas de telex e esperar vagas em barulhentos aparelhos medievais para transmiti-las. (...) Na Copa seguinte, no entanto, em Roma, já estávamos empatando. E na última copa ninguém nos humilhou - pelos menos fora de campo. O vexame na Alemanha teve cobertura tecnicamente perfeita da imprensa brasileira, igual a de qualquer super-desenvolvido.

Mas mal sabíamos nós que, ao ver aqueles primeiros computadores portáteis no México, estávamos vendo o raiar da nossa obsolescência. O que era para ser instrumento do jornalismo impresso está substituindo o jornalismo impresso. As maiores empresas jornalísticas do mundo sentem a competição da Internet e de outros derivados daquelas máquinas primitivas e contemplam um futuro sem papel, ou a morte. A notícia do futuro irá da máquina para a máquina, sem necessidade do jornal como nós o conhecemos, e amamos. Talvez já na Copa de 14." (Fonte: Luis Fernando Veríssimo)

Judiciário brasileiro tem caminhado "fora dos trilhos"

"O Judiciário brasileiro tem caminhado "fora dos trilhos", alerta o jurista Elival da Silva Ramos, que acaba de conquistar uma cadeira de professor titular de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) com uma tese contrária ao ativismo desse Poder. "O Judiciário, às vezes de maneira um pouco inconsequente, tenta resolver os problemas nacionais, custe o que custar. E, na verdade, cria outros problemas", disse ele ao Estado. "Se acreditarmos que o STF pode decidir de maneira livre, aquilo que quiser, então joga fora a Constituição e o Supremo vai escrever outra." (Fonte:Estadão)

Planalto apresenta no FISL estratégia para redes sociais

"Criação de blogs dos governos federal e municipal confirma a importância da utilização de ferramentas livres na Internet

A nova estratégia de comunicação da Presidência da República, com a criação do Blog do Palácio do Planalto e a participação em redes sociais, será apresentada na décima edição do Fórum Internacional Software Livre – fisl10. Membros da equipe de Comunicação do Palácio do Planalto realizarão, no dia 25 de junho, a palestra “Blog do Planalto: a Presidência da República se conectando nas mídias sociais”." (Fonte: Software Livre Brasil)

2009-06-13

G-8 morreu, salve o Bric

"Uma frase de Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, ecoou ontem, às vésperas de uma reunião ministerial do grupo de países que costumava decidir os destinos do planeta: – O G-8 morreu, não tenho a menor dúvida sobre isso, porque não representa mais nada. (...)

– Estamos entrando em um mundo de governança variável, e países como China, Índia e Brasil têm de estar em todos os esquemas.

Na agenda do Bric, que representa 15% dos US$ 60,7 trilhões da economia global, está o debate sobre a redução da dependência do dólar. Rússia e Brasil, tidos como integrantes mais fracos, têm sido mais incisivos na proposta de alternativas à moeda americana. A China, maior detentor mundial de títulos dos EUA, sustenta que o dólar deve manter seu papel dominante." (Fonte:Zero Hora)

Manchete mentirosa da Folha

"A manchete da Folha de S.Paulo, que utiliza o slogan de ser "um jornal a serviço do Brasil", entrará para a história do jornalismo brasileiro.

Publicada em 10 de junho de 2009, quando o governo Lula e a nação brasileira estavam tentando contornar uma crise criada pela incompetência do Banco Central norte-americano.

A manchete acima sugere que estejamos em recessão agora, neste momento, em junho de 2009.

Isso, minha gente, é falso.

Só saberemos se o segundo trimestre continuou recessivo em novembro de 2009, quando saírem as estatísticas do IBGE. A história dirá." (Fonte: Stephen Kanitz)

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Leia também: PIB Cresce 2,0% no Primeiro Trimestre de 2009 (8% ao Ano)!

Netbooks ARM/Linux de $199

Enquanto o preço dos netbooks Intel/Windows concentra-se na faixa dos $300 a $400, a Pegatron e a Freescale preparam-se para lançar um netbook ARM/Linux na faixa dos $199.

Assista aos videos:





A principal vantagem, em comparação com outros netbooks, é a leveza e a duração da bateria: pesando apenas 800g, sem partes móveis, a bateria chega a 8 horas. Este é definitivamente um computador para ser levado para todo lado.

Mas especificações também deixam claro que este é um computador para ser usado online: com apenas 4GB de SSD, o usuário acaba tendo que a hospedar suas fotos e documentos em serviços online, como o Google Docs e o Flickr.

- Processador: Freescale IMX51 800MHz
- Memória: 1GB
- Armazenamento: 4GB SSD
- Sistema operacional: Linux (Ubuntu ou Xandros)
- Bateria: até 8 horas

Será que os netbooks baseados em tecnologia ARM permitirão ao Linux finalmente conquistar um market share de 10 ou 20%?

2009-06-12

Adeus, Microsoft Office

Sherri McLeish do Instituto Forrester relata que 80% das empresas ainda utilizam Microsoft Office. Embora seja uma queda expressiva dos 95% relatados em 2006, fico me perguntando por que tantas companias ainda pagam pelo MS Office, considerando a situação econômica e o número de alternativas de baixo custo ou até mesmo livres.

A mudança do Office 2007

Durante anos o MS Office usou menus e caixas de ferramentas, uma metáfora simples com a qual muitos de nós se acostumou a usar. Não há nada de errado na mudança em si, mas quando a Microsoft mudou para o "Ribbon" ("Faixa") do Office 2007, eles mudaram completamente a forma como as pessoas lidam com o software (ou, como foi escrito em um outro artigo: "um passo para frente, dois para trás"). Isso significa que a nova versão exigiu que companias treinassem seus usuários para que eles fizessem as mesmas coisas que antes eles sabiam instintivamente.

Esta poderia ser a razão pela qual a Microsoft perdeu 15% de market share entre 2006 e 2009. Empresas poderiam ter decidido: "se vamos investir numa abordagem inteiramente diferente, e se temos que treinar nossos usuários de qualquer jeito, vamos ao menos olhar para as alternativas". Eu não sei se foi isso mesmo o que aconteceu, mas faz sentido.

Alternativas viáveis

Mesmo antes do lançamento do Office 2007, existiam inúmeras opções como o Google Docs e Zoho, para citar apenas algumas alternativas online, e o OpenOffice, o pacote de ferramentas de escritório livre. Google e Zoho têm versões de baixo custo para empresas, e o OpenOffice oferece as ferramentas mais importantes de produtividade: editor de textos, planilha e apresentação, de graça (isto é: zero, zippo, zilch).

O ponto negativo dessas ferramentas é que você tem diversos graus de compatibilidade com usuários do Microsoft Office (e como 80% do mercado usa MS Office, este é um fator importante). Mas se você mantiver seus documentos simples, sem opções avançadas de formatação, a troca de documentos funciona bem. [N.T: O OpenOffice é capaz de exportar documentos para PDF, o melhor formato de intercâmbio para impressão.]

Regra dos 80/20

Vamos admitir que a maioria dos usuários em uma empresa criam documentos realmente simples e, para eles, você poderia escolher qualquer uma das alternativas livres ou de baixo custo. Você não precisa abandonar o MS Office completamente, mas apenas reduzir o número de licenças. Você pode manter cópias do MS Office para os usuários do departamento de contabilidade, que realmente necessitam do Excel, mas pode mover todo mundo que faz uma simples edição de texto ou uma apresentação eventual para a alternativa.

O MS Office não vai desaparecer de uma hora para a outra, mas se você busca uma maneira de reduzir seus custos operacionais, faz muito sentido migrar os usuários que não necessitam de todas as funcionalidades do Office para um pacote alternativo, ao mesmo tempo em que provê um número limitado de licenças do Office para aqueles que realmente necessitam.

É uma abordagem inteligente e pode poupar um monte de dinheiro para sua empresa." (Fonte: Moving on From Microsoft Office)

2009-06-11

Fontes murmurantes

"“Há uma quebra de contrato ao divulgar as informações de que os jornalistas dispõem, não raramente peças de quebra-cabeça ainda em formação”. Igor Gielow (Folha de S. Paulo, 9/6/2009)

Basicamente essa é a queixa mais light do pessoal que – antes da internet – mandava, desmandava, tripudiava, destruía, massacrava, corrompia, isolava... censurava e editava as informações conforme suas conveniências. Só sei de uma coisa. O blogue da Petrobras (http://petrobrasfatosedados.wordpress.com) inaugurou uma nova era na informação (ou desinformação, a conferir). A partir de agora, a Fonte não se obriga ao sigilo. Ou seja, a Fonte vai murmurar: o blogue publicará as perguntas e as respostas relativas à empresa na íntegra.

Uma coisa vos digo, caros leitores: independentemente dos interesses disfarçados e de eventuais CPIs pairando no ar pesado de Brasília, temos que comemorar. Não sei como ninguém pensou nisso antes. A iniciativa devia ser estendida. Eu mesmo dei um monte de entrevistas que foram “editadas” por canalhas que se diziam jornalistas. (...)

Que contratos foram quebrados, caras pálidas? Os contratos leoninos que os senhores estabeleceram em seus manuais de redação? Desde quando a FONTE tem que ser Fiel ao jornalista? Que eu saiba, a regrinha – que vocês mesmo estabeleceram, repito – diz o contrário. A FONTE não é empregadinha de vocês, a FONTE não tem os mesmos interesses de vocês, a FONTE – agora – não será intimidada." (Fonte:Congresso em Foco)

Petrobras: perguntas só serão divulgadas por blog no dia da publicação

"A Petrobras decidiu rever a publicação em seu blog das perguntas encaminhadas por jornalistas à assessoria de comunicação da empresa. Em nota publicada esta tarde no blog “Fatos e Dados”, a estatal informa que só publicará os questionamentos e as respostas no dia da publicação da reportagem em andamento. " (Fonte:Congresso em Foco)


É uma boa idéia. Com isso, a Petrobras não bate de frente com os jornais, e ainda dá transparência para o processo de construção da notícia.

Uma coisa está clara: a mídia tradicional não está conseguindo se adaptar à velocidade da internet.

2009-06-09

Noblat seleciona críticas contra blog da Petrobras

Vejam só os últimos posts publicados no blog do Noblat:

"Blog da Petrobras - O falso antagonismo - A Petrobras - tenho convicção, não por má fé, mas por falta de compreensão e aprofundamento de um assunto complexo e contemporâneo - caiu numa armadilha conceitual que foi a de achar que a sociedade pode prescindir da edição (...)

A sociedade não pode prescindir da imprensa e dos valores da edição.

A Petrobras dá a entender que o sigilo que a imprensa precisa para uma apuração se contrapõe à transparência.

Ora, o sigilo é transitório. Ele faz parte de um método de trabalho que sustenta a construção de um contexto em uma apuração completa. Culmina na transparência total."." (Ricardo Gandour é Diretor de Conteúdo do Grupo Estado de S. Paulo)

Transparência total? Sei, sei...

"Blog da Petrobras - Um mal entendido a ser corrigido - Quando são grandes empresas, de reputação sólida, a explicação costuma se absolutamente desnecessária: elas conhecem a seriedade dos órgãos de imprensa, sabem que o propósito deles é informar bem e não vêem problemas em guardar sigilo. Mesmo quando o assunto não é agradável, mesmo quando se trata da investigação de alguma denúncia. As grandes empresas sabem que, não havendo culpa, dolo, má-fé, basta dar as explicações." (Ali Kamel é Diretor-Executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo)

O problema é justamente quando a gente começa a perceber a "seriedade" dos órgãos de imprensa...

"Blog da Petrobras - O que é inadequado - A Folha de S.Paulo considera que o teor do blog "Fatos e Dados" está na esfera de autonomia empresarial da Petrobras. Não considera adequado, porém, que questionamentos jornalísticos endereçados à empresa sejam tornados públicos por meio daquele blog antes que as respostas possam ser avaliadas e utilizadas pelos veículos que enviaram as interpelações." (Otavio Frias Filho é Diretor de Redação da Folha de S. Paulo)

Em outras palavras: aguarde que publiquemos nossas acusações baseadas em fatos distorcidos, e somente então tome iniciativa.

"Blog da Petrobras - Um erro, um abuso, um disparate - O risco de vazamento é inerente à atividade jornalística. Não é de estranhar que um repórter tope com um personagem que, na impossibilidade de impedir a publicação de uma denúncia, torne-a pública, a seu modo, antes que ela seja bem concluída e documentada." (Luiz Antonio Novaes é Editor-Executivo de O GLOBO e responsável pela edição da 1ª página)

Como é que é? Para impedir a divulgação da denúncia, o personagem vai lá e publica tudo, na íntegra, pela internet -- para que todo mundo possa ver?

Mas o melhor mesmo foi o comentário de um leitor, sobre a seleção de comentários do Noblat:

"Ô noblat....que é isso heim. Pergunte a um palestino o que ele acha de um judeu. Pergunte a um palmeirense o que ele acha de um corintiano. Pergunte ao lobo mau o que ele acha dos tres porquinhos.....Brincaderira né...me ajuda ai vai...."

2009-06-07

A imprensa não gostou do blog da Petrobras (atualizado)

Pela primeira vez a sociedade tem como obter informações da Petrobras sem passar pelo filtro sensacionalista da mídia tradicional. Só a imprensa, que normalmente detém o monopólio sobre as informações publicadas, não gostou.

"O Estado de São Paulo: A divulgação do e-mail enviado pela repórter da Folha de São Paulo não é ilegal? Há um disclaimer no fim das mensagens enviadas pelo jornal que diz que qualquer divulgação é proibida. Vocês pediram autorização ao remetente?

Petrobras: Não houve divulgação do e-mail, e sim das perguntas e respostas dadas ao jornal. No entendimento da Petrobras não há ilegalidade, pois o conteúdo divulgado é público.

O Globo: Por que estão sendo apresentadas as matérias publicadas pelos veículos, e depois as perguntas do repórter e as respostas?

Petrobras: A intenção é tornar públicas as respostas enviadas pela Companhia, de forma completa e sem edição dos dados, sobre todos os questionamentos feitos pela imprensa." (Fonte: Petrobrás Fatos e Dados)


Atualização (06/05): a Folha publicou um artigo criticando a iniciativa da Petrobras. Com o título "Petrobras usa blog para vazar reportagens", a Folha diz:

"Questionado pela Folha, o gerente de imprensa da estatal, Lúcio Pimentel, disse que a Petrobras vai manter a decisão de divulgar e-mails de reportagens ainda em andamento. Disse que se trata de uma "política de transparência" adotada pela direção da empresa.

A atitude da Petrobras motivou os jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo" a indagar se a empresa havia pedido autorização à Folha para divulgar seus e-mails. A Petrobras respondeu: "Não houve divulgação do e-mail, e sim das perguntas e respostas dadas ao jornal [Folha]. No entendimento da Petrobras não há ilegalidade, pois o conteúdo divulgado é público". (Fonte: Folha de S. Paulo)


Atualização (07/05): em reportagem intitulada "Petrobras vaza em blog informações obtidas por jornalistas", o Globo também usou a expressão "vazamento" para classificar o fato de que a Petrobras divulgou -- com muita transparência -- as perguntas e respostas que recebeu:

"Quebra de confidencialidade - Alvo de suspeitas de má gestão e favorecimento político em contratos, a Petrobras criou um blog para vazar informações obtidas por jornalistas que investigam indícios de irregularidades nos negócios da estatal. Nos últimos dias, o blog quebrou a confidencialidade de perguntas enviadas à assessoria de imprensa da estatal por jornalistas dos principais veículos de imprensa do país.

Já foram alvo da tática da empresa profissionais do GLOBO, da "Folha de S.Paulo" e de "O Estado de S.Paulo", que procuraram a Petrobras para cobrar esclarecimentos e ouvir a sua versão dos fatos antes de escrever as reportagens.

A CPI da Petrobras, criada contra a vontade do governo federal para apurar as suspeitas de irregularidades na estatal, deveria ter sido aberta na terça-feira da semana passada, mas foi adiada por manobras da base aliada.

Leia mais: Instalação da CPI na véspera do feriado ainda é incógnita.

O blog, chamado Fatos e Dados, divulga as informações obtidas pelos jornalistas antes da publicação das reportagens em seus respectivos veículos de comunicação. Além de violar o sigilo dos órgãos de imprensa, a prática da Petrobras ignora regras estabelecidas pela própria estatal em sua comunicação com terceiros. Os e-mails enviados pela estatal contêm uma mensagem de rodapé, em três idiomas, que ameaça processar os destinatários que não derem "tratamento adequado" às informações. Afirma o texto: "Sem a devida autorização, a divulgação, a reprodução, a distribuição ou qualquer outra ação em desconformidade com as normas internas do Sistema Petrobras são proibidas e passíveis de sanção disciplinar, cível e criminal".

Num dos exemplos de desrespeito à apuração dos jornais, o blog reproduziu, na noite de sexta-feira, perguntas sobre o programa de biodiesel enviadas pela sucursal de Brasília do GLOBO. A publicação do questionário, enviado na manhã de sexta-feira, vazou informações apuradas pelo jornal ao longo da semana e antecipou parte do conteúdo de reportagem publicada na edição de hoje. A leitura do blog também mostra que a Petrobras costuma responder às perguntas em bloco, ignorando parte dos questionamentos dos jornalistas." (Fonte: O Globo)


É simplesmente ridículo classificar como “vazamento” a divulgação das perguntas e respostas — não há nada de ilegal nisso, ao contrário: apenas impede a manipulação dos fatos. Por que, afinal, a imprensa teria medo dessa transparência?

Parabéns à Petrobras!

Que muitas outras estatais e órgãos públicos sigam o seu exemplo e joguem mais luz sobre o modus operandi da mídia tradicional.

PS: o blog do Noblat divulga apenas a versão dos jornais. Nenhuma linha sobre o ponto de vista da Petrobras.

Qual a estratégia de Obama para lidar com o terrorismo

"Obama é o político que reinventou a arte do discurso no Ocidente. A habilidade de políticos era medida por sua capacidade oratória até o fim da era do rádio. A televisão mudou essa linguagem, exigindo frases cada vez mais curtas. O grande talento para um político passou a ser a capacidade de emanar empatia pela tela da tevê.

Com seu discurso sobre relações raciais nos EUA, durante as primárias do Partido Democrata no ano passado, Obama mudou o jogo. O YouTube reinventou o rádio de certa forma: ao longo dos dias seguintes ao discurso, cada qual em seu tempo, os eleitores norte-americanos foram à Internet ouvir os quase 50 minutos daquele discurso de Obama com calma. Em geral, diz-se que a Internet acelera o tempo. Nem sempre. Às vezes, faz o oposto. Dá tempo para que uma mensagem um pouco mais complexa do que permitem os 30 segundos de tevê tenha chance de reverberar.

O que o presidente dos EUA tentou fazer ontem, no Cairo, é repetir o fenômeno do discurso sobre raça. A dúvida é o filtro cultural: do outro lado não estão norte-americanos, nem gente que foi educada num ambiente de cultura européia.

Ainda assim, ele conta com a Internet para que milhões de pessoas em todo o mundo muçulmano o ouçam ao longo dos próximos dias e semanas. Foi, como no caso do race speech, um discurso longo. Seu alvo são jovens. Jovens, afinal, são os que têm acesso à Internet. E, não custa lembrar, é via Internet que a al-Qaeda distribui seu material inflamatório. É via Internet, com discursos gravados em áudio e em vídeo, que a al-Qaeda seduz mentes. É neste mercado que Obama decidiu entrar. Sua aposta é de que conseguirá plantar um dúvida na mente de incontáveis jovens muçulmanos de 13, 16 ou 19 anos. Ele só precisa disso: plantar a dúvida." (Fonte:Pedro Doria)

A história em movimento

"Você eu não sei, mas o bloqueiro aqui tem a ligeira impressão de que esta semana o tempo passou na janela e a imprensa brasileira não ajudou o leitor a ver.

O tempo, no caso, foram dois acontecimentos que fizeram o bonde da história dar uma acelerada.

Um foi a decisão da OEA, aprovada por consenso graças ao competente meio-de-campo da diplomacia brasileira, de tornar sem efeito, depois de 37 anos, a suspensão de Cuba da organização.

O outro acontecimento foi o discurso do presidente americano Barack Obama na Universidade do Cairo. Nunca antes um inquilino da Casa Branca disse coisas tão desagradáveis a ouvidos israelenses.

A decisão da OEA tem significado antes de mais nada simbólico. Ela não abre automaticamente as portas para o reingresso de Havana à entidade. Mas elimina do Continente uma das últimas duas relíquias da Guerra Fria. A outra, que fatalmente será varrida, mais dia, menos dia, é o embargo econômico americano a Cuba.

Com 55 minutos e 7 assuntos, o discurso de Obama foi o mais longo e o mais ambicioso destes seus quase 5 meses na presidência. O seu significado fica em algum lugar entre o simbólico e o concreto – dependendo do que ele fizer daqui para frente em matéria de traduzir palavras em ações.

Uma coisa é certa: por mais desgastado que seja, o adjetivo “histórico” se aplica tanto aos resultados da reunião dos chanceleres americanos em Honduras quanto, mais ainda, ao conteúdo do pronunciamento de Obama no Egito, no segundo dia de uma viagem que o levou primeiro à Arábia Saudita.

Com a sua excepcional capacidade de escolher palavras e dar aos que as ouvem a certeza de que ele pensa exatamente o que diz, Obama mexeu com a chamada “rua árabe”. O homem falou até em colonialismo e que no Oriente Médio americanos e russos puseram os árabes a brigar entre si no lugar deles. Não há memória de outro presidente americano que tenha se dirigido a uma platéia árabe-muçulmana desse modo. Difícil imaginar que isso dê em nada.

Os jornais brasileiros noticiaram em geral corretamente os dois fatos – a mancada ficou por conta do Globo que, dos três grandes (os outros, naturalmente, são a Folha e o Estado), foi o único a não dar Obama na manchete, limitando-se a dar no pé da primeira página uma foto de dois militantes encapuzados seguindo o discurso pela TV.

Mas aí é que está. Tem horas que cobrir corretamente certos eventos é pouco. Eles pedem para ser tratados de tal forma que o leitor tenha a clara percepção de estar diante da história em movimento." (Fonte: Observatório da Imprensa)


Assistam ao video do discurso histórico de Obama (com legendas em inglês), ou leiam a transcrição em Português.

A fracassomania, novamente

Fernando Henrique foi o primeiro a criticar a "fracassomania" brasileira. Não se trata de um fenômeno recente; e provavelmente só poderá ser superado com a ascenção de uma mídia independente.

"Na semana em que o Estadão noticia a entrada de 5,7 bilhões de dólares em maio, o UOL dá destaque a uma pesquisa de fevereiro, que detectou a perda de interesse do investidor estrangeiro na economia brasileira.

Ou seja, na semana em que se constata que o investimento estrangeiro já alcançou os níveis pré-crise, vem alguém dizer que ninguém quer investir no Brasil. " (Fonte: Brasil que dá certo)

2009-06-06

Campanha do Ministério da Saúde premiada em Gramado

"O Ministério da Saúde recebeu ontem, no Rio Grande do Sul, o Galo de Bronze (na categoria Mídia eletrônica – televisão) do 17º Festival Mundial de Publicidade de Gramado pela campanha de doação de órgãos.

Com o slogan “Não deixe escapar das suas mãos a oportunidade de salvar vidas: doe seus órgãos, doe vida”, a campanha foi veiculada em 2007 e surtiu efeito. Houve aumento de 9% na doação de órgãos entre 2007 (quando foram realizados 17.428 transplantes) e 2008 (18.989)."



(Fonte: Noblat)



Vamos parar um instante e comparar esta notícia com aquela outra, segundo a qual o Governo de São Paulo seria investigado por publicidade... fora de SP.

Uma campanha é premiada, a outra é investigada. Qual a diferença?

No primeiro caso (Ministério da Saúde), trata-se de uma campanha para sensibilizar e modificar o comportamento da população.

No segundo caso (SABESP), qual foi o objetivo da estatal? Divulgar obras e resultados? Fora de sua área de atuação? Por que???

Por que estatais, de todas as esferas, gastam tanto dinheiro fazendo campanhas em rádio e TV? Não seria mais sensato fazer como a Petrobras, que criou um blog na internet?

O critério de decisão deveria ser simples: se o que o Governo ou estatal tem para comunicar são fatos e ações, utilize a internet. Até porque, em 30 segundos, o máximo que dá pra fazer é propaganda.

A única situação em que a publicidade de rádio e TV são aceitáveis são quando tem como objetivo mudar o comportamento da população: campanhas de doação de órgãos, vacinação, etc, são bons exemplos.

Para todas as formas de prestação de contas, o veículo mais adequado é a internet. Se possível com bancos de dados que possam ser pesquisados, em formatos abertos (HTML, XML, feeds RSS) -- sai muito mais barato do que uma única campanha de rádio e TV. (Se houver interesse para tanto.)

É bom lembrar que a Internet já ultrapassou a TV como meio de informação.

2009-06-05

Pedro Dória sobre os extremistas

Brilhante colocação do Pedro Dória sobre os extremistas:

"Gostei muito de ler as opiniões de vocês a respeito do discurso do presidente norte-americano Barack Obama, no Cairo. Não é a opinião de jornalistas, que tendem a pensar parecido entre si, que importa. É como pensam as pessoas que não são nem políticos, nem jornalistas, nem têm interesses imediatamente ligados à questão que vale.

Tenho um método para ler opiniões. Começo identificando os extremistas, os radicais. Na caixa de comentários abaixo, são os suspeitos de sempre, à esquerda e à direita. Os primeiros em que presto atenção sempre são os radicais. Falaram algo que surpreenda? Quando radicais falam algo que você não espera, preste atenção. Tem uma mudança de rumo aí. A possibilidade de uma nova tendência. Mas os radicais não falaram nada de surpreendente. Radicais não pensam: reagem. Suas idéias já vem empacotadas doutras fontes. Às vezes, alguns radicais podem ser brilhantes nos argumentos. Mas, ainda assim, quase nunca surpreendem. Radicais têm uma visão maniqueísta do mundo. Sabem que estão certos, não têm dúvidas. Sabem quais são as soluções do mundo e identificam muito rápido vilões absolutos.

Conviver com certezas por certo deve ser agradável. Não é uma bênção que a maioria de nós têm. Temos que lidar com o mundo do jeito que ele veio." (Fonte:Pedro Dória)


Interessante ele comentar isso em um post sobre o discurso de Barack Obama, em que este tenta desarmar o extremismo islâmico -- ao mesmo tempo em que desmonta o extremismo norte-americano.

Serra é alvo do STJ por publicidade de estatal fora de SP

"Uma sindicância do STJ (Superior Tribunal de Justiça) aberta contra o governador José Serra (PSDB) apura se houve irregularidade na campanha publicitária da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) veiculada em rede nacional. O valor total do contrato com duas agências de publicidade, encerrado nesta semana, somou R$ 43,750 milhões.

Os contratos com as agências foram firmados em junho de 2008, após licitações, e prorrogados em dezembro por mais seis meses. No total a Nova S/B recebeu R$ 24 milhões, e a Lew Lara, R$ 19,7 milhões.

A Globo informou à Justiça Eleitoral ter recebido R$ 7,450 milhões pelas inserções da Nova S/B em cadeia nacional, duas vezes por dia, durante 45 dias, de dezembro a janeiro. A Bandeirantes, que teria recebido R$ 1,4 milhão, ainda não confirmou as informações ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio.

A sindicância foi aberta a pedido do subprocurador-geral da República Francisco Dias Teixeira após pedido do deputado estadual Rui Falcão (PT).

O procedimento partiu de reportagem da Folha, publicada em 3 de fevereiro. O texto informava que o presidente do TRE-RJ, desembargador Alberto Motta Moraes, havia pedido informações às agências e às emissoras de TV sobre anúncios da Sabesp veiculados no Estado. As informações foram encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral, que não abriu procedimento, e ao STJ." (Fonte:Folha de S. Paulo)


Você viu alguma das propagandas da SABESP? Elas serviram para quê?

Compare com a iniciativa da Petrobras, de criar um blog para divulgar notícias e informacoes relevantes. Se as notícias e informacões são mesmo relevantes, não cabem num comercial de 30 segundos. Um site na web tem um custo mínimo, e alcance ilimitado.

Com o dinheiro gasto com estas duas agências de publicidade, seria possível distribuir dezenas de milhares de computadores para escolas públicas paulistas.

Está na hora de acabar com a farra das propagandas governamentais.

Editora Abril + Governo de São Paulo = Caso Nova Escola

O Governo do Estado de São Paulo deu um presentão à Editora Abril, no valor de R$ 3,74 milhões.

"Ministério Público entra com ação civil contra FDE da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo por caso Nova Escola.

O Ministério Público de São Paulo propôs, em 26 de maio, ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, a Diretora e o Supervisor de Projetos Especiais, ambos da FDE, bem como contra a Fundação Vitor Civita.

A Ação, que tem como fundamento possíveis irregularidades no contrato firmado sem licitação entre a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) e a Fundação Victor Civita, requer a responsabilização dos agentes públicos por condutas que podem ser caracterizadas como improbidade administrativa.

Trata-se do desdobramento do Inquérito Civil Nº. 249/2009, que apura possíveis irregularidades na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Em 1/10/2008, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) do governo estadual firmou contrato com a Editora Abril no valor de R$ 3,74 milhões, para a compra. Não houve licitação.

O Promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para o caso, solicitou à FDE esclarecimentos dos motivos da contratação. Na ação civil, ele destaca o apontamento, pelo professorado, da existência de outras revistas que poderiam cumprir com a função pedagógica proposta pela Nova Escola. Diz ainda que “causa estranheza o próprio volume de assinaturas contratado, já que as revistas poderiam perfeitamente ser encaminhadas à biblioteca das escolas públicas ou sala de professores”

Ele acrescenta que “em período anterior a este contrato, eram feitas 18.000 assinaturas e não o número estratosférico de 220.000″. O promotor afirma ser possível concluir que “houve a imposição de um único título aos professores da Rede Estadual de Ensino, beneficiando de forma inequívoca uma determinada instituição privada”, e afirma ainda que “os fatos são contundentes no sentido de que o Estado, através da FDE, gastou mal seus recursos, a partir de critérios pouco claros, realizando uma compra questionável do ponto de vista da pertinência e da necessidade, sem falar no aspecto jurídico principal que é o descumprimento da norma constitucional que exige a licitação para a compra de bens e serviços”.

Para suspender os efeitos do contrato, a ação propõe medida liminar, pela “necessidade de intervenção imediata para cessar imediatamente as práticas delituosas”. Caso as irregularidades sejam comprovadas e os atos praticados pelos agentes públicos julgados como improbidade administrativa, os réus da ação poderão ser condenados a (i) ressarcimento integral dos danos causados aos cofres públicos em função do contrato irregular; (ii) perda da função pública; (iii) suspensão dos direitos políticos, de três a cinco anos; (iv) pagamento de multa e (v) proibição de contratar com o poder público, por cinco anos.

Recentemente, o Observatório da Educação apurou, em reportagem sobre o caso, que a contratação de revistas e outros materiais sem licitação é prática recorrente do governo de São Paulo" (Fonte: Observatório da Educação)

A Petrobras responde. Na internet

Finalmente uma empresa estatal brasileira investe na comunicação direta com o público, por meio de um blog.

A Petrobras criou um blog onde responde às críticas recentemente vinculadas na imprensa. Esta é uma forma muito mais eficaz e eficiente de atingir seu objetivo.

Eficaz pois dá acesso à informação em primeira mão, sem passar pelo filtro sensacionalista dos jornais. E extremamente eficiente em termos de investimento, pois o custo de se manter um blog é mínimo.

Aqui vão dois posts recentes:

"Diante do comentário do apresentador Jô Soares, no programa do dia 03 de junho de 2009, sobre as contratações realizadas pela Petrobras, a companhia gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos:

Não está correta a afirmação de que a Petrobras “faz 80% das compras sem licitação”, como afirma matéria do jornal O Globo publicada no domingo (31/05). Do total contratado em 2008, cerca de 70% foram por licitações em modalidades previstas no Decreto 2.745 e 30% por dispensa ou inexigibilidade de licitação."


Com esta iniciativa, a Petrobras também se antecipa à imprensa, que nem sempre publica entrevistas de uma maneira isenta:

"Hoje, 04/06/2009, a repórter Fernanda Odilla, do jornal Folha de São Paulo, entrou em contato com a assessoria de imprensa da Petrobras para produção de uma matéria sobre as contas da Petros, rejeitadas por causa de um déficit de cerca de R$ 10 bi da Petrobras. As perguntas da jornalista e as respostas da Petrobras estão disponíveis a seguir."


Link: Petrobras Fatos e Dados

Parabéns à Petrobras!

Espero que, cada vez mais, o Governo brasileiro siga este exemplo: menos propaganda na grande mídia, mais informação na internet.

2009-06-03

Para a Folha, Governo deveria concentrar gastos de propaganda

Bom artigo do Observatório da Imprensa, sobre a maior difusão dos investimentos públicos em propaganda:

"A Folha de S. Paulo publicou no domingo (31/05) uma matéria muito interessante do repórter e colunista Fernando Rodrigues sobre os gastos da propaganda do governo Lula. O que a Folha vê como ponto negativo na política do atual governo este observador avalia ser a melhor novidade dos últimos anos no setor.

A questão é simples: segundo a Folha, com praticamente o mesmo recurso utilizado na gestão anterior, considerando a correção monetária, o governo Lula anunciou em mais de 5 mil veículos de comunicação. Durante o governo de Fernando Henrique, eram apenas 500 os beneficiados.

A matéria da Folha sustenta que essa prática não é condizente com as regras de mercado e cita exemplos da Fiat e Itaú, que publicam anúncios de alcance nacional em menos de 200 veículos. De fato, o governo Lula não obedece às regras de mercado e esta é a melhor notícia que se pode ter na área da distribuição das verbas públicas para publicidade em veículos privados de comunicação. (...)

Se Lula gasta a mesma verba que FHC gastava com publicidade, poderia fazer duas coisas: manter o padrão de gastos do governo anterior, que privilegiava os grandes meios de comunicação, ou diminuir o quinhão dos grandes e distribuir a verba entre os pequenos.

O governo optou pela segunda forma de distribuir verba e é acusado pelos colunistas da Folha de estar comprando a simpatia dos proprietários de pequenas rádios, jornais e revistas. Ora, se o governo não pode distribuir a verba, resta então a outra hipótese: manter o padrão de distribuição da gestão anterior, na qual praticamente só os grandes veículos tinham acesso aos recursos da publicidade oficial. " (Fonte: Observatório da Imprensa)


Ou seja: a Folha defende que os investimentos sejam feitos nos mesmos veículos de sempre...