Depois de ter sido criticado pelo ombudsman da TV Cultura, Ernesto Rodrigues, o jornalista e blogueiro da VEJA perdeu completamente o controle.
"Como se vê, o ombudsman, professor de jornalismo, acredita que cabe a Gilmar Mendes, que foi grampeado, apresentar o áudio — como se fosse essa uma obrigação sua. A VEJA divulgou a transcrição do grampo. As duas vítimas confirmam que aquela conversa aconteceu. É pura delinqüência intelectual dizer que dispensei Gilmar Mendes disso ou daquilo. O que disse é reitero é que só há uma chance de o grampo não ter acontecido: um conluio entre a revista, o presidente do Supremo e um senador da República. Nem o subjornalismo mais vagabundo acredita nisso. O Sr. Ernesto Rodrigues poderia tentar provar por que a transcrição e o testemunho das vítimas não servem de prova. Seria um revoluçao no terreno do direito. Eis a evidência escancarada de sua ignorância."
Pois é... Gilmar Mendes e a VEJA agora têm o direito de acusar sem provas. Já Daniel Dantas... bem, contra este nem mesmo aquele video mostrando uma tentativa de suborno é prova suficiente.
Mais tarde, Reinaldo Azevedo volta a criticar Ernesto Rodrigues num outro post:
"Sei que devolvo Ernesto Rodrigues, ombudsman da TV Cultura, a dias de algum estrelato ao falar de novo sobre ele. De pronto, será adotado pelo jornalismo petralha como a "vítima" ou o "algoz" de Reinaldo Azevedo — qualquer das duas atribuições lhe garantirá um tantinho de fama."
Garantia de fama? Como esse cara se acha. E prossegue:
"Observem que, da forma como este senhor fez a sua crítica ao programa de segunda-feira (ver post de ontem), o convite para participar do Roda Viva, o mais antigo programa de entrevistas sobre política da TV brasileira, se transformou numa arapuca. Se o ombudsman achar que o convidado seguiu o figurino que ele considera correto, bem; se ele não achar, parte para o ataque."
O problema não é o Roda Viva, Reinaldo. A sua atuação é que foi de uma mediocridade digna de nota.
Você e Márcio Chaer são jornalistas alinhados com o esquema Dantas/Mendes. Se a TV Cultura os convidou para fazer parte da banca de entrevistadores, cabe aí uma autocrítica. E este é o papel do ombudsman.
"No que diz respeito à minha atuação, sua avaliação, além de mentirosa, tem um viés inequivocamente ideológico."
O Reinaldo Azevedo sempre usa o escudo da ideologia para se proteger. Se alguém o critica, é "petralha".
"Além de ser um absurdo no que respeita à ética profissional (e ele é professor de jornalismo). Imaginem, só para pegar um exemplo nativo, o ombudsman da Folha tecendo comentários sobre o comportamento de repórteres e jornalistas de outros veículos — TV, revistas ou jornais... A crítica até comporta dizer se a reportagem (alheia) A ou B é boa ou ruim. Mas sem juízo sobre o mérito dos profissionais de outras empresas e suas supostas motivações."
Que analogia mais furada, Reinaldo Azevedo. O ombudsman da Folha teria todo o direito de criticar repórteres e jornalistas de outros veículos, se eles tivessem espaço nas páginas de seu jornal.
Sejamos honestos: o Ernesto Rodrigues até que tentou te dar o benefício da dúvida, dias antes do programa ir ao ar. Mas a sua participação no programa apenas confirmou aquilo que todos nós sabíamos: você estava lá para levantar a bola de Gilmar Mendes.
E, por mais que você e a VEJA se esforcem, por mais que tentem erguer cortinas de fumaça, Gilmar Mendes continuará a ser um ministro sob suspeita: suspeita de proteger os interesses de Daniel Dantas, seja nos episódios dos habeas corpus, seja na simulação de grampo (cadê o áudio???) para alimentar a mídia contra um suposto "estado policial".
"Que Rodrigues fizesse a crítica circular internamente, vá lá. Para consulta pública, é uma estupidez. Aí ele tem de se ater aos jornalistas da casa. OS CONVIDADOS DO RODA VIVA TÊM DE SER ADVERTIDOS DE QUE O PACOTE INCLUI SER AVALIADO PELO BEDEL. "
Começou a baixaria.
Reinaldo Azevedo começa a desfilar fatos negativos (verdadeiros ou falsos, não importa) sobre Ernesto Rodrigues:
"ARNESTO" TEM PRESENTE E, SOBRETUDO, PASSADO...
Rodrigues se dá o direito de tecer comentários sobre o meu desempenho profissional. Então não custa fazer alguns sobre o dele. Foi demitido da TV Globo de São Paulo, o que não está em sua biografia, por ter "matado" o atleta João do Pulo antes da hora. Rigor e precisão, como fica claro em seu comentário, não parecem ser mesmo o seu forte. De fato, como diz a sua biografia, trabalhou na Globo de Londres, de onde também "foi saído" porque, como direi?, discutiu fisicamente com uma
funcionária uma escala de folgas de forma nada amistosa. Parece que ele lida mal com quem não concorda com ele. Ah, sim, também trabalhou na VEJA..."
Observe a reticência... é como se ele dissesse: "estou guardando munição para mais tarde". E vindo da VEJA, promete chumbo grosso.
Finalmente, num outro post, Reinaldo Azevedo ataca a própria TV Cultura:
"TV CULTURA: A MADRAÇAL PÚBLICA SEM PÚBLICO
É evidente que o comportamento do ombudsman da TV Cultura, o tal Ernesto (quem?) Rodrigues é método. Acompanhem.
Aquela é uma TV Pública, certo? É sustentada com o meu dinheiro, com o seu dinheiro — calculo que uns R$ 60 milhões por ano. Se eles próprios levassem a sério o seu discurso, essa TV deveria representar os vários setores da sociedade — a tal “pluralidade”.
Ocorre que está aparelhada. O Sr. Rodrigues, velho taifeiro do Partidão, o antigo Partido Comunista Brasileiro, está lá, entre outras coisas, para zelar pela pureza ideológica da emissora. ELA PODE NÃO TER ESPECTADORES (ou “EXPECTADORES”, na novilíngua petralha...), MAS SERÁ CONVICTA.
É evidente que eu jamais voltarei a pisar por lá enquanto um cretino como este se comportar como POLÍCIA IDEOLÓGICA. Ele é o Protógenes da TV Cultura."
"A TV Cultura inventou o ombudsman que tem, entre suas tarefas, atacar os convidados. Reitero: isso não existe em nenhum lugar do mundo. ONDE JÁ SE VIU USAR DINHEIRO PÚBLICO PARA ATACAR PROFISSIONAIS DE OUTRAS EMPRESAS?
Mas entendo o Rodrigues. Eles já trabalhou na Globo. Foi demitido porque não sabe fazer televisão que tem telespectadores (os petralhas agora escrevem "telexpectadores"). Ele prefere uma TV Pública que seja, assim, uma coisa mais privada, de que poucos tomem conhecimento."
No final das contas, a participação de Reinaldo Azevedo no Roda Viva teve um aspecto positivo: escancarou o esquema Dantas/Mendes/VEJA para quem quiser ver.
E isso só acontecer porque o ombudsman da TV Cultura, Ernesto Rodrigues, teve a coragem de criticar o programa por ter chamado jornalistas cooptados pelo Esquema Dantas, para entrevistar Gilmar Mendes.
E com isso, a máscara de Reinaldo Azevedo caiu.