Hoje em dia, uma pequeníssima parcela da população tem o privilégio de crescer em uma casa com livros. Uma estante cheia de livros? Nem pensar.
Mas isso já pode mudar.
Por apenas R$ 200 já seria possível oferecer a cada estudante brasileiro um e-reader, como o Kindle, o Nook, o Kobo, ou outros concorrentes genéricos. Cada um deles pode carregar milhares de obras, e algum deles permitem acesso à wikipedia -- a maior biblioteca do mundo.
Aqui está, apenas como exemplo, uma lista de 60 obras em domínio público que poderiam ser distribuidas gratuitamente, em formato digital, para todos os estudantes brasileiros:
* Gilgamesh da Mesopotâmia, (c 1800 aC)
* A Ilíada de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* Mahabharata, Índia, (c 500 aC)
* Medéia de Eurípides, na Grécia, (c 480-406 aC)
* Metamorfoses de Ovídio, Itália, (c 43 aC)
* A Odisséia de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* O Ramayana por Valmiki, Índia, (c 300 aC)
* A Eneida de Virgílio, Itália, (70-19 aC)
* Édipo Sófocles Rei, Grécia, (496-406 aC)
* O Livro de Jó, Israel. (600-400 aC)
* Vidas Paralelas, de Plutarco, Roma (46-120)
* Meditações de Marco Aurélio, Roma (121—180)
* Visuddhimagga de Budagosa, Sri Lanka (c 430)
* O Mathnawi por Jalal ad-Din Rumi, Afeganistão, (1207-1273)
* A Divina Comédia de Dante Alighieri, Itália, (1265-1321)
* Decameron de Giovanni Boccaccio, Itália, (1313-1375)
* Os Contos de Canterbury de Geoffrey Chaucer, Inglaterra, (1340-1400)
* Mil e Uma Noites, Índia / Irã / Iraque / Egito (700-1500)
* Gargantua e Pantagruel por François Rabelais, França, (1495-1553)
* Os Ensaios de Michel de Montaigne, França, (1533-1592)
* Don Quixote de Miguel de Cervantes Saavedra, Espanha, (1547-1616)
* Hamlet de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Rei Lear de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Otelo, de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Irlanda, (1667-1745)
* A Vida e Opiniões de Tristram Shandy por Laurence Sterne, Irlanda, (1713-1768)
* Jacques, o Fatalista e o Seu Mestre por Denis Diderot, França, (1713-1784)
* Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, na Inglaterra, (1775-1817)
* Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, na Alemanha, (1749-1832)
* Os poemas completos de Giacomo Leopardi, na Itália, (1798-1837)
* O Vermelho e o Negro de Stendhal, da França, (1783-1842)
* Morro dos Ventos Uivantes por Emily Brontë, Inglaterra, (1818-1848)
* Os Contos Completos de Edgar Allan Poe, Estados Unidos, (1809-1849)
* Old Goriot por Honoré de Balzac, na França, (1799-1850)
* Almas Mortas de Nikolai Gogol, Rússia, (1809-1852)
* Grandes Esperanças de Charles Dickens, na Inglaterra, (1812-1870)
* Contos de fadas e histórias de Hans Christian Andersen, na Dinamarca, (1805-1875)
* A Educação Sentimental de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Madame Bovary de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Middlemarch de George Eliot, Inglaterra, (1819-1880)
* Os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Idiota de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Possuído por Fyodor Dostoyevsky M, Rússia, (1821-1881)
* Moby-Dick, de Herman Melville, Estados Unidos, (1819-1891)
* Folhas de Relva de Walt Whitman, Estados Unidos, (1819-1892)
* Histórias selecionadas por Anton Chekhov P, Rússia, (1860-1904)
* Casa de Bonecas por Henrik Ibsen, da Noruega (1828-1906)
* As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain, Estados Unidos, (1835-1910)
* Anna Karenina por Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* A Morte de Ivan Ilitch e Outras Histórias de Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, na Rússia, (1828-1910)
* Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, França, (1871-1922)
* O Castelo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* As histórias completas de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Nostromo de Joseph Conrad, Inglaterra, (1857-1924)
* O Processo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Os Confissões de Zeno de Italo Svevo, Itália, (1861-1928)
* Os Filhos e Amantes DH Lawrence, Inglaterra, (1885-1930)
* O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935)
* Diário de um Louco e Outras Histórias de Lu Xun, China, (1881-1936)
* Romancero gitano de Federico Garcia Lorca, Espanha, (1898-1936)
* Mrs. Dalloway por Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ao Farol de Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ulisses, de James Joyce, Irlanda, (1882-1941)
Sem dúvida faltam autores e obras, especialmente brasileiros e portugueses. Mas é uma boa lista para começar, e para demonstrar o potencia da ideia: se cada um desses livros de papel custasse R$ 10, o preço da biblioteca seria de R$ 600. Se quiséssemos distribuir mais 60 obras em portugues, o preço chegaria a R$ 1.200,00. Inviável.
Mas com e-books e leitores digitais o custo é de apenas R$ 200, o equivalente a 20 livros convencionais. Supondo que o e-reader seja usado durante 3 anos, temos um custo inferior a 7 livros por ano.
***
Analise economica
Uma vez que tenhamos optado pela distribuicao de e-readers, por um custo inferior a 7 livros convencionais por ano, resta saber se vale a pena pagar pela traducao do conteudo para que ele possa ser liberado em dominio publico, para beneficio de toda a sociedade.
Tudo depende do ganho de escala.
Supondo que o custo de traducao de uma obra seja de R$ 24 mil; contra um preco de R$ 10 por unidade, no modelo convencional; podemos calcular o numero minimo de leitores para que a iniciativa passe a valer a pena.
Bastam 2400 leitores para que o custo do modelo convencional supere o custo de traducao e distribuicao gratuita de livros digitais livres.
Mas se pensarmos na escala da educacao brasileira, 30 milhoes de alunos, o custo para distribuicao de um livro convencional por aluno chega a R$ 300 milhoes, contra os R$ 24 mil (constante) da obra digital livre. O custo para traduzir as 60 obras listada acima seria inferior ao custo de distribuir uma obra para cada estudante, e isso so' precisaria ser feito uma vez.
Os livros convencionais tambem tem um alto custo de logistica e administracao. Governo e escolas precisam decidir quais livros devem ser distribuidos para quais estudantes, o que pode variar conforme o professor e a classe. Com o modelo digital, todos os livros podem ser distribuidos juntos, sem complicacao.
2013-02-01
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olá: o prazo de proteção das traduções é também de 70 anos após a morte do tradutor. assim, todas as traduções feitas por pessoas que morreram antes de 1943 são de acesso livre. o rastreamento poderia ser feito a partir de algum bom dicionário sobre literatura e autores brasileiros, onde costumam constar as datas de nascimento e morte - muitos tradutores da primeira metade do século eram poetas, romancistas, cronistas etc.
ResponderExcluiroutro aspecto muito interessante é que as chamadas obras abandonadas, segundo a lei 9610/98, também ingressam em domínio público. por falta de uma presença mais atuante do mec e do minc, temos muitas traduções abandonadas que acabam sendo apropriadas por várias editoras, mesmo mantendo os devidos créditos, mas tomando a si o copyright da tradução, o que não seria correto à luz da lei. é o caso, por exemplo, das traduções de "paulo m. [de] oliveira", aristides lobo, lívio xavier e incontáveis outros.
não disponho de uma lista dessas obras, mas a pesquisa pelos interessados não seria difícil.
desejo-lhe sucesso em sua proposta, que parece realmente interessante!
abraço
denise
O único problema que eu vejo para a substituição dos livros didáticos distribuidos pela FNDE por um eBook Reader é a questáo da cor. Está claro que a cor é um recurso didático poderoso e seria um retrocesso passar todos os livros didático para preto-e-branco, por outro lado o ePaper é muito melhor que as telas LCD ou OLED, não apenas porque permite uma leitura mais confortável mas também porque reduz muito o consumo de energia, o que se traduz em maior duração da bateria.
ResponderExcluirNo entanto esse problema é contornável. Existem alternativas para a produção de ePaper colorido como por exemplo a tecnologia Mirassol da QualComm. Como não existe um produto assim no mercado o governo deve especificar um eBook Reader barato, porém com tela colorida, alavancando a ua produção com a escala permitida pelas centenas de milhares de unidades que o governo iria adquirir, bem como a possibilidade da empresa responsável produzir uma versão comercial.