2010-05-29

Pressão pela reforma da lei de direitos autorais

"Ontem o Ministério Público Federal, em São Paulo, recebeu a manifestação de entidades que lutam por modificações na atual lei de direitos autorais, de 98. O Ministério da Cultura já elaborou um anteprojeto de lei, agora o movimento pressiona o MinC para que seja posto em consulta pública.

São cerca de 20 entidades que apoiam a iniciativa e formam a Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral. Para o grupo é necessário criar uma lei que equilibre melhor o interesse privado dos detentores de direito autoral com o interesse público de acesso à informação.

O advogado do Idec, Guilherme Varella, explica que a lei deve proteger os direitos do autor, para garantir que ele continue produzindo mas “existe uma outra função da lei que é a esfera pública e de atendimento do interesse público e consagração de alguns direitos que são fundamentais, que são os direitos à educação, à cultura e o acesso ao conhecimento”.

A atual regra brasileira é vista como muito rigída, sobretudo em comparação outras existentes. Uma pesquisa realizada em 34 países colocou o Brasil em sétimo pior lugar por sua lei de direitos autorais ser mais favorável aos detentores do direito autoral e não aos consumidores.

Um exemplo de sua rigidez é o limitado número de exceções por ela permitidas, ou seja, situações em que obras podem ser utilizadas sem autorização prévia ou pagamento. Seriam os casos da reprodução de obras com fins educacionais ou com intuito de preservação do patrimônio e também do uso de música e filmes em sala de aula – prática cotidiana e fundamental no ensino." (Fonte: Escrevinhador)

Steve Ballmer, da Microsoft: "Não há nada de gratuito no Android"

"Microsoft (NSDQ:MSFT) CEO Steve Ballmer seems unimpressed with the progress Google (NSDQ:GOOG)'s Android operating system has been making in the mobile space. In fact, he's of the mind that Android comes with plenty of associated costs due to its reliance on Microsoft patents.

In a video interview with Fortune last week, Ballmer suggested that the fast growth of Google's Android mobile operating system should be weighed against its patent licensing implications.

"There's nothing free about Android … as we certainly have asserted in a number of cases, there's an intellectual property royalty due on that," Ballmer said. "Whether they happen to charge or not for their software is their business decision."

It wouldn't be much of a stretch to say that Microsoft is getting frustrated with the industry lovefest that's building around Android. " (Fonte: ChannelWeb)

2010-05-25

Direitos Autorais: Consulta pública para revisão de lei

"A proposta de revisão da regulação do direito autoral no país veio do entendimento do governo e da sociedade de que a atual lei é uma das mais restritivas do mundo. Ela considera crime, por exemplo, que um professor utilize um filme em sala de aula sem a permissão do titular da obra ou que uma turma apresente uma peça teatral fora dos muros da escola também sem a permissão da pessoa que tem o direito sobre a obra. Esses são casos que o governo considera abusivos e por isso deve se empenhar em corrigir. (...)

O anteprojeto que vem sendo desenhado até agora tem vários pontos que contam com a adesão da sociedade. Um deles é a possibilidade de permitir que as pessoas façam cópias de obras, como textos, fotos e músicas, para uso privado e sem fins lucrativos. Isso permite, por exemplo, que uma pessoa copie um CD que comprou para escutar no carro. A lei atualmente é subjetiva em relação à cópia privada. Ela autoriza apenas "pequenos trechos de obras", não especificando nada mais do que isso.

A proposta também busca autorizar a livre cópia de um suporte para outro (de um CD para um iPod, por exemplo). E ainda torna legal que qualquer obra possa ser copiada para fins de preservação do patrimônio cultural." (Fonte: )

Open Data Study 2010

"Substanciais ganhos sociais e econômicos podem ser obtidos a partir da abertura de dados do governo ao público.

A combinação de números geográficos, orçamento, demográficos, serviços, educação e outros dados, acessível ao público em um formato aberto na web, promete melhorar os serviços, bem como promover o crescimento económico futuro.
Esta abordagem pioneira nos Estados Unidos e no Reino Unido (com o lançamento de dois portais web – http://www.data.gov e http://www.data.gov.uk respectivamente), inspirada em parte por aplicativos desenvolvidos por base a sociedade civil organizações que vão desde mapas de acidentes de bicicleta, ou como e onde o dinheiro dos impostos é gasto.

No Reino Unido, a iniciativa data.gov.uk foi liderada por Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web.
Esta pesquisa, encomendada por um consórcio de financiadores e ONGs (incluindo o Programa de Informação), sob a égide da Iniciativa de Transparência e Responsabilidade, pretende explorar a viabilidade de aplicar esta abordagem para abrir os dados de países em desenvolvimento." (Fonte: soros.org)

2010-05-14

Autorregulamentação da imprensa resolve alguma coisa?

A imprensa tradicional rejeitou qualquer possibilidade de controle social da mídia. Mas agora que a credibilidade da imprensa está indo para o esgoto (basta ler alguns dos posts abaixo), a imprensa fala de "autorregulamentação". Mas será que isso resolve?

"Como se sabe, a autorregulamentação da imprensa – que agora é proposta pelos empresários brasileiros – é praticada nas democracias representativas há quase um século. Isso mesmo: quase um século! Os códigos de autorregulamentação existem, por exemplo, nos Estados Unidos, desde a década de 1920. Uma das recomendações do relatório final da famosa Hutchins Commission, em 1947, foi exatamente a autorregulamentação da mídia (cf. A Free and Responsible Press, The University of Chicago Press, 1947). (...)

E qual é o resultado dessa quase centenária experiência de autorregulamentação?

Na avaliação da professora Campbell, a "autorregulamentação raramente cumpre o que promete, embora em alguns casos, tenha sido bem sucedida como um suplemento à regulação do governo"." (Fonte: Observatório da Imprensa)


Eu vou um pouco mais além: qualquer um que tenha assistido ao "jornalismo" da Fox News (carinhosamente apelidada de "Faux News") nos EUA, sabe que a autorregulamentação falhou absolutamente.

Ou seja: como resposta à perda de credibilidade, a mídia passou a defender uma solução que não vai resolver nada.

SBPC repudia reportagem de Veja

"A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vem a público hipotecar inteira solidariedade a sua filiada, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), que em notas de sua diretoria e da Comissão de Assuntos Indígenas repudiou cabalmente matéria publicada pela revista 'Veja' em sua edição de 5 de maio do corrente, intitulada "Farra da Antropologia Oportunista".

Registra, também, que a referida matéria vem sendo objeto de repulsa por parte de cientistas e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, os quais inclusive registram precedentes de jornalismo irresponsável por parte da referida revista, caracterizando assim um movimento de indignação que alcança o conjunto da comunidade científica nacional.

Por outro lado, a maneira pela qual foram inventadas declarações, o tratamento irônico e preconceituoso no que diz respeito às populações indígenas e quilombolas e a utilização de dados inverídicos evidenciam o exercício de um jornalismo irresponsável, incitam atitudes preconceituosas, revelam uma falta total de consideração pelos profissionais antropólogos - cuja atuação muito honra o conjunto da comunidade científica brasileira - e mostram profundo e inconcebível desrespeito pelas coletividades subalternizadas e o direito de buscarem os seus próprios caminhos.

Tudo isso indo em direção contrária ao fortalecimento da democracia e da justiça social entre nós e à constituição de uma sociedade que verdadeiramente se nutra e se orgulhe da sua diversidade cultural.

Adicionalmente, a SBPC declara-se pronta a acompanhar a ABA nas medidas que julgar apropriadas no campo jurídico e a levar o seu repúdio ao âmbito da 4ª. Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que se realizará no final deste mês de maio em Brasília." (Fonte: Jornal da Ciência)


É impressionante a baixa qualidade jornalística de Veja. E é ainda mais incrível que muitas empresas paguem para ter seu nome associado a este lixo jornalístico.

2010-05-12

Abril demite editor que criticou Veja no twitter

"A National Geographic Brasil, da Editora Abril, demitiu no final desta terça-feira (11), o editor-assistente Felipe Milanez pelas críticas que fez no Twitter dele à revista Veja, da Abril, por causa da reportagem “A farra da antropologia oportunista”, que trata de delimitação de reservas indígenas e quilombos no país.

- A decisão me foi comunicada pelo redator-chefe Matthew Shirts. Ela veio lá de cima e ainda estou zonzo porque não imaginava que minha opinião fosse resultar nisso - disse Milanez.

Bastante conhecedor da Amazônia, especialmente das tribos indígenas, o repórter-fotográfico estava com viagem marcada para o Amazonas na quinta-feira (13). Ele iria percorrer durante 15 dias a BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Vellho (RO), acompanhando uma equipe da Embratel que dá suporte às torres de telefonia.

Ele usou o Twiter para avisar aos seus seguidores sobre a demissão:

- To destruido, muito chateado. Acabo de ser demitido por causa dessa infeliz conta de Twitter. Sonhos e projetos desmancharam no ar virtual

Milanez havia se manifestado no Twitter a respeito da nota do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, citado por Veja na reportagem, mas que nega ter dado entrevista para a revista.

- Eduardo Viveiros de Castro achou um bom adjetivo pra definir a matéria da Veja: “repugnante” - escreveu.

Milanez acrescentou mais adiante:

- Veja é abusada. Assim E. Viveiros de Castro corre o risco de nunca mais ser citado na revista(!), como JonLee Anderson.

Além de ter reproduzido tweets em que o antropólogo acusa Veja de “fabricar” declaração, Milanez também chegou a citar os microblogs dos repórteres Leonardo Coutinho, Igor Paulin e Júlia de Medeiros, autores da reportagem, como exemplos “anti-indígenas” para quem quisesse segui-los.

- Não sei ainda o que vou fazer da vida. Não estou arrependido porque nunca imaginei que minha opinião pudesse causar uma reação tão drástica. Talvez eu tenha sido ingênuo, mas quem defende índio tem que estar com a cabeça preparada para levar paulada - afirmou Milanez." (Fonte: Blog da Amazônia)


Não se arrependa, Felipe Milanez.

Essa é a "liberdade de expressão" que eles defendem: a liberdade de expressar a opinião do patrão.

Esta é uma condicão humilhante demais para um jornalista. Saia de cabeca erguida, pois você expressou a sua opinião, prerrogativa de um verdadeiro jornalista.

E aqui eu faco um apelo aos verdadeiros jornalistas da Editora Abril -- se é que ainda existem alguns que merecam essa honrosa qualificacão:

A maior história de suas vidas não está lá fora, mas dentro de sua própria empresa. Vocês fazem parte de uma das maiores máquinas de mentiras e a corrupcão. A mídia se tornou notícia, e vocês -- somente vocês -- estão vivendo essa história por dentro.

Sejam jornalistas! Investiguem o que acontece na sua própria empresa. Levem gravadores. Copiem dados sigilosos. Não esperem que seus chefes lhes digam o que investigar. Escrevam a sua própria história.

Sejam jornalistas!

A velha mídia e a defesa do seu cartório

"Para Abert e ANJ, participação de estrangeiros em portais fere a Constituição.

“A maior parte dos países do mundo tem esse tipo de preocupação em nome da soberania nacional e em nome da preservação da cultura nacional. Nenhum país deseja que a sua agenda política ou a sua agenda social seja controlada por estrangeiros”, disse o advogado Luis Roberto Barroso, professor de Direito Constitucional.

Para a ANJ e a Abert, a Constituição está sendo desrespeitada por empresas estrangeiras que veiculam, aqui, conteúdo jornalístico em jornais impressos e, principalmente, em portais de internet. Questionado, o Ministério das Comunicações disse que não cabe a ele fiscalizar a internet. Agora, a ANJ e a Abert recorreram ao Ministério Público." (Fonte: Blog do Nassif)


Isso não faz sentido.

A liberdade de imprensa significa que o país precisa de Jornalismo -- mas não significa que o país precisa dos jornais e revistas tradicionais.

Ninguém deve ter monopólio sobre o jornalismo.

2010-05-11

O esporro de Serra em Miriam Leitão

"Imagina, Míriam, o que é isso? Mas que bobagem. O que você está dizendo, você vai me perdoar, é uma grande bobagem" -- José Serra

Clique aqui para ouvir, ou leia a transcrição completa abaixo:

"MÍRIAM LEITÃO: A grande dúvida na economia é se o senhor vai respeitar a autonomia do Banco Central.

O senador Sérgio Guerra já disse que o senhor mudaria a política cambial e monetária, depois tentou se explicar, mas ficou essa dúvida no ar. A dúvida também é por declarações suas feitas no passado e por declarações feitas agora também. A sensação que se tem é que, se por acaso o senhor for eleito, vai ser também o presidente do BC. Queria saber isso.

JOSÉ SERRA: É brincadeira (dizer) que eu, eleito presidente da República, vou ser presidente do BC. É preciso não me conhecer. Quem faz um rumor assim é (por) falta de assunto, desejo de criar outros problemas.

MÍRIAM: O senhor respeitará a autonomia do BC?

JOSÉ SERRA: A questão dos juros, a questão do câmbio…

Ninguém, em sã consciência, pode defender a posição de que, quando há condições para baixar a taxa de juros, o BC não baixa, (e que isso) está certo. Isso não significa infalibilidade. A questão do tripé famoso que veio do governo passado que, se não me engano, fui eu até que apelidei de tripé (câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e meta de inflação) veio para ficar.

Não baixar os juros num contexto em que não tinha inflação simplesmente foi um erro. As pessoas que conhecem melhor, mesmo dentro do mercado financeiro, sabem disso.

Agora, se alguém se assusta porque eu acho que a taxa de juros deve cair quando a inflação está caindo, quando tem quase deflação, é porque tem uma posição muito surpreendente do ponto de vista dos interesses do Brasil.

Por outro lado, a mesa da economia brasileira, que estava no chão, eu ajudei a erguer. Todo mundo que me conhece sabe que eu não vou virar a mesa coisa nenhuma.

MÍRIAM LEITÃO: Mas a dúvida é exatamente esta.

Quando o senhor fala que foi um erro do BC, se por acaso o senhor for presidente …

SERRA: Espera um pouquinho.

MÍRIAM: Deixa eu completar a minha pergunta.

SERRA: Espera um pouquinho. O Banco Central não é a Santa Sé. Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência.

MÍRIAM: Governador, deixa eu fazer a minha pergunta.

SERRA: Agora, quem acha que o Banco Central erra é contra dar condições de autonomia e trabalho ao Banco Central? Claro que não. Agora, de repente, monta-se um grupo que é acima do bem e do mal, que é o dono da verdade… e qualquer criticazinha já vem algum jornalista, já vem o outro, e ficam nervosinhos por causa disso. Não é assim. Eu conheço economia, sou responsável, fundamento todas as coisas que penso a esse respeito. E, a esse propósito, você e o pessoal do sistema financeiro podem ficar absolutamente tranquilos que não vai ter nenhuma virada de mesa.

MÍRIAM: Governador, deixa eu fazer a minha pergunta que eu não consegui completar. A questão não é se o BC é infalível; ninguém é. Mas se o senhor, quando se deparar com um erro do BC, caso seja presidente, ficará apenas com sua opinião ou vai interferir. A questão não é a taxa de juros.

SERRA: Imagina, Míriam, o que é isso? Mas que bobagem. O que você está dizendo, você vai me perdoar, é uma grande bobagem. Você vê o BC errando e fala: Não, eu não posso falar porque são sacerdotes. Eles têm algum talento, alguma coisa divina, mesmo sem terem sido eleitos, alguma coisa divina, alguma coisa secreta tal que você não pode nem falar: Ó, pessoal, vocês estão errados. Tenha paciência." (Fonte: Míriam Leitão)


Mais do que uma crítica contra a Míriam, o Serra atacou toda uma casta de "analistas econômicos", que de analistas não têm nada, pois apenas repetem dogmas estabelecidos pelo mercado financeiro, sem qualquer reflexão.

E pensar que durantes muitos anos "analistas" como a Míriam foram responsáveis por (de)formar a opinião da elite econômica do Brasil.

Mas as máscaras estão caindo...

2010-05-09

Guerra contra as drogas: o que os EUA querem com o Mexico?

"Todo presidente dos Estados Unidos, desde Ronald Reagan, declarou Guerra contra as Drogas — eu calculo que nos últimos 25 anos já cobri cinco guerras contra as drogas distintas. Bilhões foram jogados no ralo desde a declaração de guerra de Reagan em 1982 e a palavra “guerra” se tornou um negócio muito maior desde então. Para os cartéis, a “guierra” ajuda a sustentar os preços e impulsiona o lucro. Para os guerreiros da droga, a “guerra” é a galinha que põe ovos de platina e faz os orçamentos de segurança se multiplicarem. Quanto maior a ameaça, maior o lucro. (...)

O que Washington quer do México? Quanto a segurança, os Estados Unidos buscam controle total do aparato de segurança. Com a criação do NORCOM (Comando do Norte) desenhado para proteger a massa territorial dos Estados Unidos de ataques terroristas, o México é considerado parte do perímetro sul de segurança e os aviões militares dos Estados Unidos têm carta branca para penetrar em espaço aéreo mexicano. Além disso, o Acordo de Prosperidade e Segurança da América do Norte (ASPAN, nas iniciais mexicanas) busca integrar os aparatos de segurança das três nações do NAFTA sob o comando de Washington. Já a Iniciativa Mérida, assinada por [George] Bush II e [Felipe] Calderon no inicio de 2007, permite a colocação de agentes armados dos Estados Unidos — FBI, DEA, CIA, ICE — em solo mexicano. Agentes de empresas privadas, como a Blackwater, não tardarão. Guerras tem sido deflagradas por contratos governamentais de 1,3 bilhão de dólares, orçamento do plano, dinheiro que irá diretamente para empresas de defesa dos Estados Unidos — esqueçam os intermediários mexicanos. (...)

Aqueles de nós que nos opusemos a todas as guerras dos Estados Unidos, do Vietnã ao Afeganistão, devemos exigir o fim da Guerra contra as Drogas da Casa Branca." (Fonte: CounterPunch)

Diálogo com os Donos do Poder

"Muitos vão achar loucura, mas quem entrou em campo para “abafar” o fogo e diminuir a quentura em relação à sucessão presidencial foi o próprio presidente da República, ao lado de seu fiel comunicólogo Franklin Martins.

Isso talvez explique os encontros reservados que a candidata Dilma Rousseff teve com o diretor de redação dA Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, o Otavinho, e com Roberto Civita, presidente do Conselho Editoral da Abril e editor sênior do grupo, no mês passado. Há quem diga que os Marinho também já teriam acenado com a possibilidade de um encontro secreto com a candidata do governo, costura que teria sido feita pelo próprio presidente, na comemoração de 10 anos do jornal Valor Econômico.

O que nos ajuda a entender, portanto, a guinada repentina ao centro dos jornais impressos e o abrandamento das agressões gratuítas que a candidata situacionista vinha sofrendo das “penas de aluguel”. Ao mesmo tempo, curiosamente, o candidato da oposição passou a ser visto amistosamente, ao lado de sua adversária. Os donos do poder decretaram que a transição, se houver, será lenta e gradual, sem rupturas. Amparada por uma espécie de anistia ampla, geral e irrestrita. Dilma está na dela, cumprindo o protocolo e ouvindo disciplinadamente os conselhos do padrinho, que acha que na base da boa conversa fatura mais essa.

Ao mesmo tempo, para se manter no jogo, Serra veste o figurino de bom moço, do “paz e amor”. Tenta emplacar com os indecisos a idéia de que é uma consequência natural no processo democrático. Um esforço que incluiria, inclusive, o convite para governar com a oposição e a manutenção em postos-chave de nomes consagrados, entre eles: Celso Amorim (chanceler), Henrique Meirelles (Banco Central), José Sérgio Gabrielli (Petrobras) e Luciano Coutinho (BNDES), entre outros.

Muitos incautos podem até mergulhar no mar ao ouvir este doce canto de sereia… Mas o fato é que os donos do poder (sempre pragmáticos) descobriram que a agenda neocon não cola mais. Ninguém quer Estado mínimo, verdísmo subjetivo e fanatismo religioso. E como o dinheiro não tem ideologia…" (Fonte: DoLadoDeLá)

2010-05-07

A caixa-preta vai mesmo ficar transparente?

"Em tempos de otimismo pela reta final da lei de acesso de informação no Senado, continuo cética. De olho nas estrelas, mas com os pés no chão. Afinal, a caixa-preta do Estado vai mesmo ficar transparente? Ou será mais um lampejo de esperança quase inútil, nessa terra de lânguido descaso?

Como tem sido debatido neste Observatório e em outros espaços de debate e notícia, há fortes motivos para considerar que o Senado irá finalmente aprovar a lei em 2010 (ver "Câmara aprova projeto de lei de acesso"). Chegou o momento, ao que tudo indica, para o Brasil adotar uma legislação como a que a Suécia já tem desde o século 18, e outros 80 países já possuem.

Viva! Mas haverá um longo, árduo, combativo e burocrático caminho a trilhar para que, em todas as esferas de governo, as instituições públicas se tornem de fato capazes de fornecer informações de forma imediata ou em até 20 dias após solicitado, como propõe a ainda não aprovada lei." (Fonte: Observatório da Imprensa)

Cannabis medicinal pode gerar US$ 120 milhões em impostos para a California

Um artigo da NORML mostra que Cannabis medicinal pode gerar US$ 120 milhões em impostos para a California -- estado onde seu uso é permitido.

Já está na hora do Brasil rever sua política anti-drogas, em especial a cannabis.

Ninguém nega que as drogas são prejudiciais à saúde. Mas a A guerra contra as drogas está perdida.

É preciso lidar com o problema de uma maneira mais inteligente. Enquanto existir demanda existirá oferta; e se a oferta for proibida, surgirá a máfia, a corrupção, e a violência.

Faz sentido uma guerra em nome da saúde? Quantas pessoas morrem nessa guerra, todos os anos? Quantas pessoas são cooptadas pela máfia? Quantas pessoas vão para a cadeia? Essa é a melhor política de saúde mental?

Jornalistas Cuidado. Nouriel Roubini Vem Aí

Mais uma excelente análise de Stephen Kanitz:

"Nouriel Roubini foi convidado novamente para vir ao Brasil, e provavelmente irá disseminar pânico como fez nas ocasiões anteriores. Ministério Público deveria ficar atento. "Disseminar noticia falsa que abale o sistema financeiro", no Brasil é crime. Aliás o único crime que jornalista pode cometer.

Roubini é o economista que foi expulso da Universidade de Yale, e que em

2006 Previu que o Sub Prime era a Ponta do Iceberg.

2009 Previu que o CDS's eram a Ponta do Iceberg

2010 Previu que os CDO's eram a Ponta do Iceberg.

Agora vem prever que na realidade é a Grécia a Ponta do Iceberg, que irá carregar o Brasil de roldão, na marola que todos desejam" (Fonte: O Brasil que dá certo)

2010-05-03

Mais um "entrevistado" desmente a Veja

Depois do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, mais um dos "entrevistados" da revista desmente a citação publicada.

Dessa vez é o Mércio Pereira Gomes, também antropólogo, professor da Universidade Federal Fluminense e ex-presidente da Funai:

"Apresento aqui o meu repúdio a esse tipo de jornalismo.

Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira.

Portanto, conclamo os editores da VEJA a rever sua visão miópica e estigmatizada do processo histórico brasileiro. Fariam bem ao seus leitores se se concentrassem na busca de objetividade jornalística e numa compreensão humanista, científica e hiperdialética da história do nosso país." (Fonte: )


Se você ainda assina esta revista, não considera que está na hora de cancelar?

Leituras da Veja: A reserva de mentiras

"A revista Veja destacou três repórteres para aquilo que deveria ser uma reportagem definitiva sobre a suposta ameaça de o Brasil ter seu território produtivo amputado por milhares de reservas de proteção ambiental e destinadas a grupos étnicos específicos.

A publicação que mais vende no país chega a afirmar que "áreas de preservação ecológica, reservas indígenas e supostos antigos quilombos abarcam, hoje, 77,6% da extensão do Brasil".

Segundo a revista, se a conta incluir ainda as cidades, os assentamentos para reforma agrária, os portos, as estradas e outras obras de infraestrutura, o total do território proibido para "atividades produtivas" chegaria a 90,6% e os brasileiros do futuro teriam que se contentar em produzir numa área do tamanho de São Paulo e Minas Gerais.

Tamanho nonsense, enunciado no início da reportagem, deveria bastar para afastar qualquer leitor com algum sentido de realidade. Mas Veja parece ter definitivamente aderido a alguma seita movida a alucinógenos pesados. E viaja no preconceito" (Fonte: Observatório da Imprensa)


A Veja é tão descarada que chegou a atribui uma frase a um antropólogo que nem ao menos chegou a entrevistar.

Veja a resposta do antropólogo -- publicada no blog do Nassif, pois a Veja jamais daria espaço para o contraditório:

"Ao Editores da revista Veja:

Na matéria “A farra da antropologia oportunista” (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), seus autores colocam em minha boca a seguinte afirmação: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” .

Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de “montado” ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante.

Grato pela atenção,

Eduardo Viveiros de Castro

Antropólogo – UFRJ"


Incrivelmente, tem gente que ainda paga por esse lixo.