2010-02-26

Um Senado que quase vale por dois -- nos gastos

Despesas dos senadores com verba indenizatória em 2009 dariam para pagar outros 81 senadores por oito meses

"Os parlamentares brasileiros gastam muito, e quem paga a conta é o contribuinte. O Senado ressarciu R$ 10,74 milhões de despesas que os senadores atribuíram ao exercício do mandato apenas em 2009. Com o valor, seria possível manter outro Senado por quase um ano. Mais precisamente, pagar oito meses de salário (R$ 16,5 mil) para outros 81 senadores. Trazendo os números para uma realidade mais próxima do brasileiro, daria para garantir um salário mínimo (R$ 510) a 21.058 trabalhadores ou, ainda, comprar 102.735 cestas básicas (tomando-se o valor mais alto, de São Paulo, de R$ 104,54).

O Congresso em Foco apresenta hoje os detalhes de como cada senador foi reembolsado, mês a mês, por meio da chamada verba indenizatória no ano passado. Cada gasto, cada detalhamento. Os dados fazem parte de levantamento feito pelo site no Portal da Transparência, do Senado." (Fonte: Congresso em Foco)

Eles deram três voltas na Terra. E estavam de folga

Durante o recesso parlamentar em janeiro, o Senado gastou R$ 332,9 mil para ressarcir despesas dos congressistas

"Os senadores não freiam os gastos com o dinheiro público nem mesmo durante o recesso parlamentar. Levantamento feito pelo Congresso em Foco revela que o Senado desembolsou até agora R$ 332.968,22 para ressarcir despesas de 40 dos 81 senadores em janeiro, quando não houve nenhuma sessão na Casa. O montante equivale ao salário (R$ 16,5 mil) de 20 parlamentares. Mas tende a crescer, já que eles têm até o final do ano para apresentar as notas fiscais e pedir o reembolso dos gastos feitos no primeiro mês de 2010.

Do total reembolsado até agora, R$ 49,65 mil cobriram apenas despesas de 31 senadores com combustíveis e lubrificantes. Com esse valor, seria possível encher o tanque (de 50 litros) de 354 veículos (ao preço de R$ 2,80 o litro da gasolina). É gasolina suficiente para viajar de carro 33 vezes entre as duas capitais mais distantes do país, Porto Alegre (RS) e Boa Vista (RR), distantes 5,34 mil km, cruzar o diâmetro da Terra 13 vezes ou, ainda, dar três vezes voltas em torno do planeta, com seus 40 mil km de circunferência. " (Fonte: Congresso em Foco)

Marina diz que governaria com "melhores" de PT e PSDB

"A pré-candidata do PV à Presidência, senadora Marina Silva (AC), afirmou ontem que pretende fazer um "realinhamento histórico", no qual quer governar "com os melhores do PSDB e os melhores do PT". (...)

"Enquanto o PT e o PSDB não conversarem, vai ficar muito difícil uma governabilidade [...] Devíamos ser capazes de estabelecer uma governabilidade básica, onde o PT e o PSDB digam: "Naquilo que é essencial para o Brasil, nós não vamos colocar em risco a governabilidade'", disse.

A senadora criticou as alianças dos dois partidos com forças políticas mais à direita. "O presidente Fernando Henrique ganhou sozinho e, para governar, teve que ficar refém do Democratas; o presidente Lula [ficou refém], dos setores mais retrógrados do PMDB. Isso não é bom para o Brasil", afirmou." (Fonte: Folha de S. Paulo)

Lobby do copyright condena Governos que promovem Software Livre

Ainda não tive tempo para traduzir essa notícia, mas não poderia deixar de postar: um influente grupo lobista está pedindo que o governo norteamericano considere o software livre equivalente à pirataria -- e o Brasil pode estar na mira.

"It turns out that the International Intellectual Property Alliance, an umbrella group for organisations including the MPAA and RIAA, has requested with the US Trade Representative to consider countries like Indonesia, Brazil and India for its "Special 301 watchlist" because they use open source software.

What's Special 301? It's a report that examines the "adequacy and effectiveness of intellectual property rights" around the planet - effectively the list of countries that the US government considers enemies of capitalism. It often gets wheeled out as a form of trading pressure - often around pharmaceuticals and counterfeited goods - to try and force governments to change their behaviours." (Fonte: The Guardian)

"A MAFIAA CABAL called the International Intellectual Property Alliance, which is an umbrella group for the entertainment cartels such as the MPAA and RIAA, has demanded that Indonesia, Brazil and India should be placed on a special trade watchlist merely because they recommend the use of open source software.
Apparently the outfit has been leaning on the US Trade Representative to consider those nations for its "Special 301 watchlist", which is supposed to list all those nations who are enemies of capitalism." (Fonte: The Inquirer)

"University of Edinburgh law lecturer Andres Guadamuz wrote a blog entry this week highlighting some particularly troubling aspects of the IIPA's 301 recommendations. The organization has condemned Indonesia and several other countries for encouraging government adoption of open source software. According to the IIPA, official government endorsements of open source software create "trade barriers" and restrict "equitable market access" for software companies." (Fonte: Ars Technica)

Microsoft tenta tirar da rede manual destinado à polícia

Guia explica como policiais podem obter dados de usuários de serviços da Microsoft.

"Um manual da Microsoft destinado à polícia norte-americana vazou na internet nesta quarta-feira (24). O documento descreve os serviços de internet prestados pela Microsoft, quais informações são retidas sobre os usuários e como o agente policial pode obter esses dados. Logo depois de ser publicado no site Cryptome.org, a Microsoft decidiu tentar tirá-lo da rede com uma notificação de infração de direito autoral. O site chegou a ficar completamente off-line, mas na quinta-feira (25) a Microsoft desistiu da ação e o site voltou a ficar acessível.

O manual, agora disponível no site Cryptome descreve os serviços on-line oferecidos pela Microsoft, como Hotmail, Messenger, Spaces e até o serviço de games XBOX Live. No documento de 22 páginas constam várias capturas de tela ilustrando os serviços e também a tela da interface usada para obter as informações de registro (inclusive endereço IP) dos usuários. " (Fonte: G1)

Nassif é condenado a indenizar diretor da revista Veja

Vejam só.

A Veja escreve o que quer, sobre quem quer. E quem é condenado é o Nassif, que acusou a revista no Caso Veja.

"O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou, solidariamente, o jornalista Luiz Nassif e o Portal iG a indenizar o diretor da revista Veja, Eurípides Alcântara. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (25/2), por maioria de votos, pela 4ª Câmara de Direito Privado. A turma julgadora estabeleceu em R$ 100 mil (R$ 50 mil para cada um dos réus) o valor da indenização, por entender que houve ofensa à honra de Eurípedes numa série de artigos assinados por Nassif. Cabe recurso." (Fonte: Blog do Nassif)


Se você é assinante da Revista Veja, é importante que saiba o lixo que está patrocinando.

2010-02-25

PT e PSDB juntos?

Excelente artigo de Ricardo Kotscho que mostra que PT e PSDB têm muito mais em comum do que com seus atuais aliados, PMDB e DEM. Infelizmente a história os colocou em lados opostos.

"No final de 1993, durante um almoço na Cantina do Mário, no bairro do Ipiranga, perto do Instituto Cidadania, onde Lula começava a montar sua segunda campanha presidencial para o ano seguinte, foi praticamente selada uma aliança histórica entre o PT e o PSDB.

Com as bençãos de Ciro Gomes, velho amigo e aliado de Tasso, e na presença também do jornalista Egídio Serpa, meu bom amigo e assessor dos dois políticos do Ceará, uma chapa foi montada antes que fosse servido o café: era Lula para presidente e Tasso para vice. Claro que era só uma idéia, que precisaria ser discutida pelos partidos, mas os três sairam do almoço convencidos de que aquele era o melhor caminho para o Brasil.

Àquela altura, o PSDB ainda não tinha candidato. O caminho parecia livre para esta articulação. Nem se falava no nome de Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda de Itamar Franco, que estava em dúvida se seria candidato à reeleição ao Senado ou disputava uma cadeira de deputado federal. (...)

Nas voltas que a vida dá, PT e PSDB são hoje as duas forças hegemônicas e antagônicas que disputam o poder no Brasil a cada eleição. Entre o almoço na Cantina do Mário e o surgimento do Plano Real, o destino traçou o caminho de Lula, Tasso, FHC e Ciro, do PT e do PSDB, e da história política do país nas últimas duas décadas." (Fonte: Blog do Kotscho)

Acordo entre Microsoft e Amazon tem tudo a ver com Linux

Há alguns dias a Microsoft anunciou um acordo com a Amazon.

Mas a Amazon não utiliza tecnologia Microsoft. Tanto em seus servidores, quanto no Kindle, o sistema operacional utilizado é Linux.

Ficamos nos perguntando o que a Amazon poderia ganhar com o acordo.

Aparentemente, ganhou a promessa de que não seria processada pela Microsoft, pelo fato de usar Linux.


"Tenho uma proposta irrecusável..."


No ano passado, o alvo foi a TomTom. Ameacada com um processo, a empresa holandesa acabou assinando um contrato com a Microsoft, pelo qual pagaria pelo uso de Linux em seus equipamentos de GPS.

Aparentemente a Microsoft cansou de competir com "free", e deseja colocar um preco no software livre. Nem que para isso precise se tornar um patent troll.

(Fonte: TechEye)

OOo4Kids, um OpenOffice para crianças

Uma boa idéia para promover o OpenOffice:

"Oo4Kids, (pronuncia-se “OpenOffice for Kids”), é um projeto em andamento, focado em crianças entre 7 e 12 anos. Baseado no código do OpenOffice.org, mas bastante simplificado. Isto significa, que o OpenOffice.org tem características que o OOo4Kids não terá.

A ideia principal é a de prover a estudantes de 7 a 12 anos um software baseado no projeto internacional do OpenOffice.org mas extremamente simplificado. Todo o esforço é feito com a ideia de reintegrá-lo ao OpenOffice.org Project, através do OpenOffice.org Education Project e a projetos estudantis, mas não apenas a estes (todas as contribuições são bem-vindas !)." (Fonte: ooo4kids.org)

2010-02-24

163 milhões de smartbooks em 2015

De acordo com a ABI Research, 163 milhões de smartbooks serão vendidos em 2015. E com isso a arquitetura ARM vai superar a Intel até 2013.

E a onda já comeca a se formar: a maior parte dos novos tablets e smartbooks no Consumer Electronics Show e Mobile World Congress já rodam em chips ARM da Nvidia, Freescale, Marvell, Texas Instruments, e Qualcomm. O outro elefante na sala é o iPad da Apple, cujo chip A4 também é baseado na arquitetura ARM.

Isso tudo é uma excelente notícia para o software livre, com o crescimento dos sistemas operacionais baseados em Linux, como o Google Chrome OS e o Android.

(Fonte: JK on the run)

Microsoft faz acordo de licenciamento com Amazon.com

Assim como fez com a TomTom no ano passado, a Microsoft vai cobrar agora royalties da Amazon, pelo uso de Linux.

É importante destacar que o Linux não tem uma única linha de código da Microsoft; ainda assim, muitas empresas preferem pagar, a bater de frente com a gigante do software.

A Microsoft pretende assim, ganhar dinheiro de todos aqueles que optarem por não usar seu sistema operacional.

"NOVA YORK - A Microsoft fechou um acordo de licenciamento de patentes com a Amazon.com que cobre o uso de software de fonte aberta em produtos desta empresa, incluindo seu livro eletrônico Kindle e servidores baseados no sistema operacional Linux. A Amazon pagará uma quantia não divulgada por esse acordo.

A Microsoft disse que a transação é um "acordo de licenciamento cruzado" de patentes, sob o qual também ganha o direito a patentes da Amazon. Nos últimos anos, a Microsoft começou a ter uma postura mais agressiva com relação às companhias que, segundo alega, violam as patentes que possui para o sistema Linux.

Há um ano, a Microsoft acertou extrajudicialmente, por um valor não divulgado, um processo contra a TomTom NV, que era acusada de infringir patentes da Microsoft em seus aparelhos de navegação GPS." (Fonte: Estadão)

OpenOffice 3.2: melhor e mais rápido

Se você usa uma versão antiga do MS Office e frequentemente quebra a cabeça para abrir documentos do MS Office 2007, a nova versão do OpenOffice.org pode ser a solução:

O OpenOffice.org 3.2 possui uma inicialização bem mais rápida. Mas a grande notícia é que agora oferece total compatibilidade com arquivos criados usando o Microsoft Office 2007. (Fonte: BrOffice.org)

Baixe já a sua cópia!

Reino Unido deve parar de investir em homeopatia

"Os remédios homeopáticos não são mais do que placebo, e por isso devem deixar de ser pagos pelo Sistema de Saúde do Reino Unido -- esta é a conclusão de um estudo de uma comissão de membros do Parlamento britânico.

A Câmara dos Comuns Comissão de Ciência e Tecnologia, que lançou seu relatório sobre homeopatia na segunda-feira, também pede aos governos de outros países europeus onde a homeopatia é popular - designadamente a Alemanha, França e Áustria - a serem igualmente cuidadosos com o financiamento da homeopatia.

Na elaboração do seu relatório, a comissão, que analisa as evidências por trás das políticas governamentais, colheu provas de cientistas e homeopatas, e verificou numerosos relatórios e investigações científicas em homeopatia. E não encontrou nenhuma evidência de que tais tratamentos proporcionem qualquer benefício além do efeito placebo." (Fonte: New Scientist)


Veja também a palestra de James Randi sobre homeopatia:

2010-02-12

Arruda: Amarela com Veja estimulou denúncia

Vocês se lembram daquelas páginas amarelas da Veja, em que Arruda posava de político honesto e incorruptível? Pois é, parece que aquela foi a gota d'água para que ele fosse denunciado.

"No gabinete de Durval Barbosa, a PF encontrou as páginas de duas reportagens sobre Arruda na imprensa, as duas com anotações de Sombra. Em uma delas, publicada pela revista Veja em julho do ano passado, o jornalista sublinhou um trecho da entrevista onde Arruda fala de ética e de como não permite atos de corrupção em seu governo." (Fonte: Blog do Nassif)


É muita mentira e hipocrisia. Como é que alguém ainda tem coragem de assinar esse lixo chamado Veja?

O problema da cola em Stanford

"Quem não cola não sai da escola". Quem nunca ouviu isso? A cola é institucionalizada no Brasil. Talvez aí esteja a raiz da noção de que sempre será possível fazer qualquer coisa, e ainda sair ileso. Todos políticos foram um dia alunos...

"Em janeiro, no primeiro dia da Ciência da Computação, Eric Roberts, o professor, começou com a sua habitual advertência: "Cole, e você será pego". E acrescentou: "Cole, e seus colegas vão sofrer".

Estas não eram ameaças vazias em um departamento onde pode ser fácil colar (copiar, colar algum código, voila!). Jay de la Torre, um sênior, foi pego e foi suspenso neste trimestre, como parte de sua punição. O Sr. de la Torre estava levando a aula de ciência da computação pela segunda vez, em seu primeiro ano, quando ele colou. Depois que recebeu a punicão, demitiu-se de seu cargo de vice-presidente do corpo estudantil.

"Eu nem estava pensando em como seria fácil ser pego", disse ele." (...)

O número de violações do código de honra levaram o professor Roberts para implementar um novo sistema. Descrevendo este método como um incentivo "coletivo" para os alunos manterem padrões acadêmicos, o professor disse que vai adicionar 5 por cento para o peso do exame final, para cada violação de código de honra em sua classe, que é actualmente de 15 por cento.

Em outras palavras, se uma pessoa cola, toda a turma vai enfrentar mais pressão no exame final. Se o desprezo de seus colegas será um grande impedimento para quem quer trapacear, isso ainda precisa ser visto. (Fonte: New York Times)

Sobre governos e geeks

Artigo interessante da Economist, sobre o livre acesso a dados públicos.

Em muitos países, cada vez mais dados oficiais estão sendo disponibilizados de forma crua, de maneira que todos possam usá-los.

"Os governos da América, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia têm todos produzidos coleções de dados legíveis por máquina. Um site britânico intitulado data.gov.uk foi lançado no mês passado, o plano é lançar uma oferta crescente de fatos que os cidadãos ou Instituições privadas possam filtrar e usar da forma como quiserem.

Em vários países, os líderes políticos já falam a mesma língua que os militantes de um governo transparente. Em seu primeiro dia de trabalho, Barack Obama assinou uma diretiva do governo aberto. David Cameron, líder dos conservadores britânicos, pretende aumentar a transparência do seu país. Na Austrália Trabalhista Kevin Rudd's Party também tomou o poder com um compromisso forte para abrir o governo. (...)

Mas, mesmo quando os políticos começam a ver a luz, o ritmo e os métodos utilizados pelos governos para libertar os fatos são muito influenciados por desenvolvedores de software open-source. A maioria dos conjuntos de dados oferecidos pelos governos têm o carimbo de "beta", sugerindo que eles estão abertos a melhorias. Com humildade incomum, os burocratas estão usando o jargão de desenvolvedores de código aberto.

No passado, os governos pediram grandes empresas, como LexisNexis Reuters e Thomson, para ajudá-los a lidar com dados. Mas, quando dados legíveis por máquina se tornam disponíveis, praticamente qualquer um pode usá-los. Nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália, as agências governamentais têm realizado concursos para incentivar os pequenos criadores ou organizações sem fins lucrativos para desenvolver aplicações engenhosas para o material disponível livremente. (...)

Mas seja o que os governos fizerem, a apresentação de uma infinidade de dados pode resultar em nada, a não ser que existam desenvolvedores independentes que saibam o que fazer com eles. Como Mr. Torkington admite, a falha em observar este fato levou a resultados decepcionantes na Nova Zelândia. Em todo seu entusiasmo com a tecnologia, ele esqueceu de pensar naqueles que usariam os dados que ele estava disponibilizando, e por quê. Uma enxurrada de dados foi despejada na internet, sem instruções ou incentivos para que fossem encontradas boas maneiras de usá-los. E lá eles permanecem, sem serem lidos por qualquer um. Mesmo os tipos mais geeks podem ficar desanimados se forem apresentados com dados, mas sem um propósito." (Fonte: Economist.com)