2012-02-23

E-readers na educação

Hoje em dia, uma pequeníssima parcela da população tem o privilégio de crescer em uma casa com livros. Uma estante cheia de livros? Nem pensar.

Mas isso já pode mudar.

Por US$ 100 (R$ 180) já seria possível oferecer a cada estudante brasileiro um e-reader, como o Kindle, o Nook, o Kobo, ou outros concorrentes genéricos. Cada um deles pode carregar milhares de obras, e algum deles permitem acesso à wikipedia -- a maior biblioteca do mundo.

Aqui está, apenas como exemplo, uma lista de 60 obras em domínio público que poderiam ser distribuidas gratuitamente, em formato digital, para todos os estudantes brasileiros:


* Gilgamesh da Mesopotâmia, (c 1800 aC)
* A Ilíada de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* Mahabharata, na Índia, (c 500 aC)
* Medéia de Eurípides, na Grécia, (c 480-406 aC)
* Metamorfoses de Ovídio, Itália, (c 43 aC)
* A Odisséia de Homero, na Grécia, (c 700 aC)
* O Ramayana por Valmiki, Índia, (c 300 aC)
* A Eneida de Virgílio, Itália, (70-19 aC)
* Édipo Sófocles Rei, Grécia, (496-406 aC)
* O Livro de Jó, Israel. (600-400 aC)
* O Mathnawi por Jalal ad-Din Rumi, Afeganistão, (1207-1273)
* A Divina Comédia de Dante Alighieri, Itália, (1265-1321)
* Decameron de Giovanni Boccaccio, Itália, (1313-1375)
* Os Contos de Canterbury de Geoffrey Chaucer, Inglaterra, (1340-1400)
* Mil e Uma Noites, Índia / Irã / Iraque / Egito (700-1500)
* Gargantua e Pantagruel por François Rabelais, França, (1495-1553)
* Os Ensaios de Michel de Montaigne, França, (1533-1592)
* Don Quixote de Miguel de Cervantes Saavedra, Espanha, (1547-1616)
* Hamlet de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Rei Lear de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* Otelo, de William Shakespeare, na Inglaterra, (1564-1616)
* As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Irlanda, (1667-1745)
* A Vida e Opiniões de Tristram Shandy por Laurence Sterne, Irlanda, (1713-1768)
* Jacques, o Fatalista e o Seu Mestre por Denis Diderot, França, (1713-1784)
* Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, na Inglaterra, (1775-1817)
* Fausto de Johann Wolfgang von Goethe, na Alemanha, (1749-1832)
* Os poemas completos de Giacomo Leopardi, na Itália, (1798-1837)
* O Vermelho e o Negro de Stendhal, da França, (1783-1842)
* Morro dos Ventos Uivantes por Emily Brontë, Inglaterra, (1818-1848)
* Os Contos Completos de Edgar Allan Poe, Estados Unidos, (1809-1849)
* Old Goriot por Honoré de Balzac, na França, (1799-1850)
* Almas Mortas de Nikolai Gogol, Rússia, (1809-1852)
* Grandes Esperanças de Charles Dickens, na Inglaterra, (1812-1870)
* Contos de fadas e histórias de Hans Christian Andersen, na Dinamarca, (1805-1875)
* A Educação Sentimental de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Madame Bovary de Gustave Flaubert, França, (1821-1880)
* Middlemarch de George Eliot, Inglaterra, (1819-1880)
* Os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* Crime e Castigo de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Idiota de Fiódor Dostoievski M, Rússia, (1821-1881)
* O Possuído por Fyodor Dostoyevsky M, Rússia, (1821-1881)
* Moby-Dick, de Herman Melville, Estados Unidos, (1819-1891)
* Folhas de Relva de Walt Whitman, Estados Unidos, (1819-1892)
* Histórias selecionadas por Anton Chekhov P, Rússia, (1860-1904)
* Casa de Bonecas por Henrik Ibsen, da Noruega (1828-1906)
* As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain, Estados Unidos, (1835-1910)
* Anna Karenina por Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* A Morte de Ivan Ilitch e Outras Histórias de Leo Tolstoy, Rússia, (1828-1910)
* Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, na Rússia, (1828-1910)
* Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, França, (1871-1922)
* O Castelo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* As histórias completas de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Nostromo de Joseph Conrad, Inglaterra, (1857-1924)
* O Processo de Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
* Os Confissões de Zeno de Italo Svevo, Itália, (1861-1928)
* Os Filhos e Amantes DH Lawrence, Inglaterra, (1885-1930)
* O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935)
* Diário de um Louco e Outras Histórias de Lu Xun, China, (1881-1936)
* Romancero gitano de Federico Garcia Lorca, Espanha, (1898-1936)
* Mrs. Dalloway por Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ao Farol de Virginia Woolf, na Inglaterra, (1882-1941)
* Ulisses, de James Joyce, Irlanda, (1882-1941)


(Sem dúvida faltam autores e obras, especialmente brasileiros e portugueses. Mas é uma boa lista para começar; deixe um comentário se você tiver sugestões para ampliar a lista!)

Se cada um desses livros de papel custasse R$ 10, o preço da biblioteca seria de R$ 600. Se quiséssemos incluir mais 40 obras, o preço chegaria a R$ 1.000,00. Inviável.

Mas com e-books e leitores digitais o custo é de apenas R$ 180. Supondo que o e-reader possa ser usado por três anos, é um investimento de R$ 6,00 por mês -- menos de 1% do salário mínimo, menos de 0.5% do salário médio brasileiro.

Ou seja: o livro digital pode democratizar de fato o acesso a um tipo de informação que antes era privilégio de poucos.

2012-02-08

How much Microsoft patents are really worth?

How much Microsoft patents are really worth?

Here's a small list of "features" that you'll find in any smartphone:

1. Activating the phone using a pin
2. Making emergency calls
3. Search engine integration
4. Making voice commands
5. Navigating the web
6. Writing emails
7. Geolocation (maps/satelite/navigation)
8. Buying things in a marketplace
9. Talking to friends via instant messager
10. Alarm clock
11. Calendar
12. Calculator
13. Taking photos
14. Reading news
15. Taking notes
16. Reading/editing texts
17. Recording sounds
18. Playing video
19. Playing music
20. Managing contacts
21. Making phone calls

etc.

All these ideas sound trivial? But each of them is covered by a number of patents. In fact, a typical smartphone is covered by 250,000 patents (Source: http://www.nytimes.com/2011/08/17/technology/a-bull-market-in-tech-patents.html?_r=1&pagewanted=all). If manufacturers paid $0.01 for each patent, smartphones would cost $2,500 -- and that wouldn't even include the manufacturing costs!

Thus, I think we can agree that patents *cannot* cost $0.01. At least the simplest ones.

Now, let's take look at the patents that Microsoft is using to get money from Barnes & Noble and other Android phone makers:


Patent #6,957,233: Making annotations in read-only documents

Patent #6,891,551: Highlighting and selecting elements of electronic documents

Patent #5,778,372: Quickly downloading documents from a browser


Read that again.

Microsoft thinks that making anotations in a read-only document (which implies saving the anotations in a separate file) or highliting and selecting elements from a document (which is done since the first text editors, 25 years ago) and downloading *documents* are so important features that Android manufactorers should pay a few bucks for each smartphone sold.

Remember: if manufacturers paid $0.01 for each trivial patent, smartphones would cost $2,500. That's simply impossible!

What would be a fair value of trivial and unimportant patents like these?

So... let's consider that the price of a smartphone is $800. If companies are supposed to pay, directly or indirectly, for each one of the 250,000 patents, the price for each one would be $0.0032. Let's make it $0.01 per license. (Microsoft deserves that.)

That would give Microsoft $0.03 per device sold. Is that fair?

Let's see: Android manufacturers are expected to sell 180 million devices per year, that three patents would give Microsoft a whooping $5.4 million per year.

That's enough to hire a team of 54 engineers. Do you think 54 engineers could possibly come up with more inovative ideas like "Making annotations in read-only documents", "Highlighting and selecting elements of electronic documents", and "Quickly downloading documents from a browser"?

Sounds like a good deal, unless Microsoft wants to use their patents in anticompetitive ways.