2009-05-24

Sem acordo, reforma política patina na Câmara

"Propostas de voto em lista fechada e financiamento público de campanhas esbarram na falta de entendimento dos deputados.

Ontem, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), se mostrou cético quanto à aprovação da reforma política, mesmo restrita às propostas de voto em lista fechada e de financiamento público de campanhas eleitorais. “Neste momento não há definição, o que há é a reforma política em andamento. Se ela vai dar resultado, não saberia dizer. Semana que vem não será fácil.”" (Fonte: Congresso em Foco)


É bom que a atual proposta de reforma política esteja patinando, especialmente a parte da lista fechada.

Conforme colocou muito bem Lucia Hippolito, lista fechada é golpe:

"A “esperteza” dos deputados federais contra os eleitores e contra a soberania popular, tentando instituindo o voto em listas fechadas (para deputados federais e estaduais e para vereadores), já começou a render frutos.

A maioria esmagadora (ou esmagada?) dos eleitores tomou conhecimento do que seja o voto em lista. Muito bom.

Informação é poder. E os nobres deputados não estavam nem um pouco interessados em que os eleitores tivessem acesso a essas informações.

Estavam prontos para votar mais esta pouca-vergonha. E depois, bom, depois seria o fato consumado.

Mas um bocado de gente se esforçou para estragar a tentativa de golpe dos deputados. (...)

Acuados por uma impressionante onda de escândalos sucessivos, suas excelências estão com medo de não serem reeleitos em 2010.

(O Congresso brasileiro apresenta das mais altas taxas de renovação no mundo. Portanto, o mandato dos atuais deputados pode estar correndo sério risco.)

E a resposta aos escândalos, qual é? O voto em lista fechada, para garantir a reeleição! Vejam só!

Vamos lembrar: na lista fechada, o eleitor não vota em um candidato, mas numa lista partidária. É o que conhecemos hoje como voto de legenda.

Se o partido ou a coligação fizerem votos necessários para eleger, digamos, 20 deputados num determinado estado, os 20 primeiros da lista estão eleitos.

Isto significa que acaba a renovação, fortalece-se o poder dos caciques partidários, da turma que controla o aparelho dos partidos. E também dos atuais deputados e vereadores. Adeus, renovação." (Fonte: Lucia Hippolito)

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