"Na UFPE, no último dia 13 de maio, dois estabelecimentos copiadores, fornecedores de cópias xerocadas de livros para estudo acadêmico, tiveram os arquivos didáticos apreendidos pela Polícia Civil, conforme falou André Raboni, em texto no Acerto de Contas. Eram xerox que os próprios professores reservavam para que os alunos copiassem o conteúdo a ser estudado.
Os alunos, muitos dos quais não conhecem nenhum método de distribuição legalizada de material fracionado de estudo, ficaram muito transtornados. (...) Por que a divulgação de alternativas legais e não-caras à fotocópia – que já existem, embora poucos saibam – está tão paquidérmica no Brasil?
Não quero de forma alguma defender a pirataria, o cometimento de uma ilegalidade mesmo havendo paralelamente uma opção legal que pratique preços módicos e viáveis. Defendo que deveria haver sim uma fonte de material didático acadêmico licenciado, contanto que não cobrasse caro e não obrigasse a aquisição desnecessária de livros inteiros. " (Fonte: Acerto de Contas)
Os EUA estão investindo em materiais de ensino livres, que possam ser copiados, modificados, e distribuídos. E isso faz todo o sentido do mundo.
Pegue a matemática, por exemplo. O conteúdo básico não mudou muito nos últimos 400 anos, e não deve mudar muito nos próximos 400. Por que então não disponibilizar o material na internet, com uma licença do tipo Creative Commons, e acabar logo com o problema?
Mas isso não se restringe às matérias de exatas. O MIT e a Standford já disponibilizam materiais de cursos completos, que vão de Biologia à Literatura, passando por Música e Artes Dramáticas, gratuitamente na web. Alguns deles já estão disponíveis em português, graças a uma parceria com o site Universia.
Há poucos dias li uma notícia de uma editora que irá publicar uma coleção sobre Ciência, Ética e Inovação. Todos os livros poderão ser comprados, ou baixados gratuiramente pela internet. A lógica é simples: quem puder, compra os livros impressos e encadernados; sai mais barato e tem mais qualidade do que xerox. Quem não puder, copia. A informação precisa ser livre.
Enquanto isso, o Brasil insiste em transferir grandes quantidades de dinheiro para editoras produzirem livros que não podem ser copiados.
O Governo deveria, no mínimo, usar seu poder de negociação para exigir a contrapartida da livre distribuição pela internet.
Chega de pagar, todos os anos, pelo mesmo material: vamos investir uma vez, e permitir que o conhecimento seja livre.
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