2008-12-07

PF deve prorrogar inquérito sobre "grampo-fantasma" contra Gilmar Mendes

"A Polícia Federal vai pedir à Justiça a prorrogação, por mais 30 dias, do inquérito que investiga supostas escutas telefônicas clandestinas realizadas contra autoridades dos três Poderes. Após três meses de investigações, a PF vai solicitar a terceira prorrogação porque não identificou o autor dos grampos que teriam flagrado, segundo a revista Veja, uma conversa do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Nem mesmo evidências físicas de que houve realmente o grampo apareceram, o que fortalece suspeitas de que a notícia tenha sido plantada para desestabilizar a Operação Satiagraha e beneficiar o banqueiro Daniel Dantas. (...)

Os grampos telefônicos ilegais foram denunciados pela revista "Veja", que publicou diálogo telefônico mantido entre o presidente do STF e o senador democrata no último dia 15 de julho. Mendes e o senador confirmaram a conversa, mas nenhuma mídia física contendo as gravações jamais apareceu.

Origem suspeita

Uma entrevista publicada esta semana na revista Carta Capital dá mais munição à tese de que o suposto grampo tenha sido arquitetado para enfraquecer a Operação Satiagraha, visando a anular o processo. A revista entrevistou Sérgio de Souza Cirillo, contratado pela Secretaria de Segurança do STF (órgão criado pelo ministro Gilmar Mendes e ligado diretamente à presidência do Supremo) 23 dias após a deflagração da Satiagraha.

Segundo a entrevista, o suposto grampo teria vazado para a Veja a partir do departamento de "Operações Especiais" daquele órgão, em um documento datado de 14 de julho deste ano. Cirillo revelou que o repasse do relatório para a Veja foi combinado em uma reunião da qual participaram Gabriel Alonso Gonçalves (especialista em estratégias de segurança e inteligência militar, que assumiu na Secretaria de Segurança um dia após a posse de Mendes), o chefe de Operações Especiais, Ailton de Queiroz e o assessor de imprensa Renato Parente.

Cópia do documento foi entregue por Queiroz ao deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI dos Grampos. Uma outra cópia estaria nas mãos da chefe de gabinete de Gilmar Mendes, Isabel Cristina Ferreira de Carvalho. Questionado sobre a origem do vazamento, Queiroz admitiu que poderia ser da própria presidência do Supremo." (Fonte:Jornal Agora)


O cerco de proteção ao esquema Dantas/Mendes/Veja começa a se abrir.

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