2008-11-13

PF Investiga o vazamento errado?

Leandro Fortes escreve na CartaCapital:

"Na terça-feira 28 de outubro, o delegado Protógenes Queiroz recebeu a reportagem de CartaCapital em um quarto do 25º andar do Hotel Shelton, no centro de São Paulo, onde costuma se hospedar quando vem à capital paulista. Passava da meia-noite. Exausto, após uma maratona de palestras pelo País, Queiroz pediu uma canja de galinha e, refestelado numa poltrona, rememorou as dificuldades e pressões sofridas por ele, antes e depois de ter deflagrado a Operação Satiagraha.

Entre os muitos pontos abordados pelo delegado, um lhe causava especial apreensão. O inquérito aberto pela Corregedoria da PF para apurar supostos vazamentos da operação tinha um vício de origem, detectado por ele e formalmente reclamado pelo Ministério Público Federal. O delegado do caso, Amaro Lucena, elegera como foco da investigação o dia da ação policial, 8 de julho, por conta da filmagem feita pela TV Globo da prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

Seria uma maneira de desviar a atenção do inquérito para o vazamento mais grave, feito pela Folha de S.Paulo. Em 26 de abril, a repórter Andrea Michael anunciou a existência da Satiagraha. O texto serviu de alerta ao banqueiro Daniel Dantas. Após a reportagem, os advogados de Dantas iniciaram um périplo pelos tribunais que resultaria, no fim das contas, no habeas corpus que livrou o cliente da cadeia. DD, rememore-se, conseguiu não um, mas dois HC graças à diligente atuação do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes." (Grifo meu)


Ou seja: investiga-se um vazamento inócuo, que não prejudicou a investigação, e deixa-se de lado aquele que serviu de alerta para Daniel Dantas.

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