"Como se sabe, a autorregulamentação da imprensa – que agora é proposta pelos empresários brasileiros – é praticada nas democracias representativas há quase um século. Isso mesmo: quase um século! Os códigos de autorregulamentação existem, por exemplo, nos Estados Unidos, desde a década de 1920. Uma das recomendações do relatório final da famosa Hutchins Commission, em 1947, foi exatamente a autorregulamentação da mídia (cf. A Free and Responsible Press, The University of Chicago Press, 1947). (...)
E qual é o resultado dessa quase centenária experiência de autorregulamentação?
Na avaliação da professora Campbell, a "autorregulamentação raramente cumpre o que promete, embora em alguns casos, tenha sido bem sucedida como um suplemento à regulação do governo"." (Fonte: Observatório da Imprensa)
Eu vou um pouco mais além: qualquer um que tenha assistido ao "jornalismo" da Fox News (carinhosamente apelidada de "Faux News") nos EUA, sabe que a autorregulamentação falhou absolutamente.
Ou seja: como resposta à perda de credibilidade, a mídia passou a defender uma solução que não vai resolver nada.
A questão de se a autorregulamentação da imprensa em oposição a qualquer tentativa de se fazê-la por vias estatais não ser eficaz é uma falsa questão. Não se trata de regulamentar em busca da verdade. A verdade não tem dono, deveria ser um clichê... E surrado. A verdadeira questão (já que tratamos do que é a verdade) é a manutenção da liberdade de expressão em que pese erros intencionais ou não sobre a elucidação dos fatos. Ler opiniões como se tratassem de diagnósticos é atestado de idiotice. Mas, ler diversas opiniões a guisa de formação de sua própria análise e jugo é digno de humildade que só seres de vida inteligente podem alcançar.
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