2010-05-09

Diálogo com os Donos do Poder

"Muitos vão achar loucura, mas quem entrou em campo para “abafar” o fogo e diminuir a quentura em relação à sucessão presidencial foi o próprio presidente da República, ao lado de seu fiel comunicólogo Franklin Martins.

Isso talvez explique os encontros reservados que a candidata Dilma Rousseff teve com o diretor de redação dA Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, o Otavinho, e com Roberto Civita, presidente do Conselho Editoral da Abril e editor sênior do grupo, no mês passado. Há quem diga que os Marinho também já teriam acenado com a possibilidade de um encontro secreto com a candidata do governo, costura que teria sido feita pelo próprio presidente, na comemoração de 10 anos do jornal Valor Econômico.

O que nos ajuda a entender, portanto, a guinada repentina ao centro dos jornais impressos e o abrandamento das agressões gratuítas que a candidata situacionista vinha sofrendo das “penas de aluguel”. Ao mesmo tempo, curiosamente, o candidato da oposição passou a ser visto amistosamente, ao lado de sua adversária. Os donos do poder decretaram que a transição, se houver, será lenta e gradual, sem rupturas. Amparada por uma espécie de anistia ampla, geral e irrestrita. Dilma está na dela, cumprindo o protocolo e ouvindo disciplinadamente os conselhos do padrinho, que acha que na base da boa conversa fatura mais essa.

Ao mesmo tempo, para se manter no jogo, Serra veste o figurino de bom moço, do “paz e amor”. Tenta emplacar com os indecisos a idéia de que é uma consequência natural no processo democrático. Um esforço que incluiria, inclusive, o convite para governar com a oposição e a manutenção em postos-chave de nomes consagrados, entre eles: Celso Amorim (chanceler), Henrique Meirelles (Banco Central), José Sérgio Gabrielli (Petrobras) e Luciano Coutinho (BNDES), entre outros.

Muitos incautos podem até mergulhar no mar ao ouvir este doce canto de sereia… Mas o fato é que os donos do poder (sempre pragmáticos) descobriram que a agenda neocon não cola mais. Ninguém quer Estado mínimo, verdísmo subjetivo e fanatismo religioso. E como o dinheiro não tem ideologia…" (Fonte: DoLadoDeLá)

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