2010-09-07

Paulo Maluf, não; os votos dele, sim

O cenário vislumbrado por candidatos a deputado federal pelo PP, após o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) ter indeferido o registro de candidatura do ex-governador e atual parlamentar Paulo Maluf, que tenta se manter no Parlamento com o maior ‘puxador de votos' da legenda, parece não ser dos piores para os demais pleiteantes. O que se imaginava é que com Maluf fora a legenda mal conseguiria atingir o quociente eleitoral. Mas como determina o parágrafo 4º, do artigo 175 do Código Eleitoral, se ele for julgado pelo TSE ou até o STF somente depois da eleição e for condenado, os votos dele passam a ser da legenda e, portanto, suficientes para empurrar outros candidatos para a Câmara.

Quem não esconde o ar de tranquilidade é o médico Léo Kahn (PP), que disputa cadeira em Brasília. Pelo visto, mesmo que sua votação não seja das mais altas, não será muito difícil vê-lo eleito deputado federal. Basta apenas que os processos do colega de legenda se arrastem para depois de 3 de outubro. Ele nunca comemorou tanto o fato de a Justiça ser tão lenta no País...

http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/12/4535/paulo-maluf-nao-os-votos-dele-sim.aspx

Comentário

Este é um dos principais problemas da atual lei eleitoral: os votos dados a um candidato são distribuídos para a legenda. É por esta mesma razão que partidos procuram candidatos como Tiririca -- ele não tem nada a ver com a legenda, mas ajudará a eleger uma bancada.

Independente de haver uma Reforma Política mais ampla, está na hora de acabar com esta palhaçada. Quando o eleitor vota em um candidato, o voto dele é para o candidato em particular, e não deve ser transferido para outros.

Se os eleitores votam no Maluf (ou no Tiririca) não faz sentido que eles estejam elegendo a bancada do partido.

Se esta mudança estivesse em vigor, você pode ter certeza de que Tiririca não seria candidato. E o próprio Maluf, diante do risco de ter sua candidatura impugnada, poderia perder espaço na legenda.

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